MERCADO

No dia 31 de dezembro de 2016 no período da tarde fui ao velório de um amigo e imaginei a dor daquela família que possivelmente estava preparando sua festa de réveillon.

O ano de 2016 acabou e o ano de 2017 estava começando e parece que a marca deste ano foi essa, estava refletindo aqui e em quase uma dezena de vezes estive próximo a alguém que perdeu um ente querido, ou fui num velório de alguém próximo.

Alexandre o Grande nasceu em Pela em 356 a.C. e foi rei da antiga Macedônia, o jovem príncipe sucedeu seu pai, o rei Filipe II, ao trono com vinte anos de idade. Ele passou a maior parte de seus anos no poder em uma série de campanhas militares sem precedentes através da Ásia e nordeste da África.

Até os trinta anos ele havia criado um dos maiores impérios do mundo antigo, que se estendia da Grécia para o Egito e ao noroeste da Índia. Morreu invicto em batalhas e é considerado um dos comandantes militares mais bem-sucedidos da história.

Alexandre morreu na Babilônia em 323 a.C., a cidade que planejava se estabelecer como sua capital.

Conta-se que Alexandre o Grande, quando estava à beira da morte, convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:

1. Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2. Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...);
3. Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com seus desejos, perguntou quais as razões e Alexandre explicou:

1. Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte;
2. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;
3. Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partiremos.

Fico pensando, o que deixaremos como legado? O que você tem construído?

O que acha que vai levar em suas mãos?

Num dos enterros que fui na semana passada, a pessoa estava no auge de sua carreira, imagino que bem estabelecido financeiramente, casado e com um filho pré-adolescente, antes dos 50 anos, numa fatalidade, um acidente de lanchas, ele foi atingido e não resistiu aos ferimentos e faleceu na mesa de cirurgia.

Dia 25 de dezembro comemoramos o Natal e muitos comemoram com presentes, com árvore enfeitada, com o Papai Noel chegando “pela chaminé” entregando presentes. Tudo isso é válido, mas não refletem o motivo original do Natal.

Vejamos um trecho bíblico relatado por Mateus (2.1-2, 9-11)

Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: "Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo"...... Depois de ouvirem o rei, eles seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no Oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino. Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo. Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra.

Talvez daí tenha vindo a tradição de presentear no Natal. Natal é nascimento. É o nascimento de Jesus.

Por um lado, temos uma verdade em nossas vidas que é a morte, mas também temos outra verdade é que o nascimento.

Quando penso na morte, penso em legado, qual o legado de Alexandre o Grande, o que aprendemos e desfrutamos do que ele deixou? Sinceramente não sei, talvez haja algo, mas eu, realmente não posso trazer esta informação aqui.

Quando penso no nascimento, penso em que Jesus nos deixou um legado de vida, Ele ajudou pessoas, Ele curou pessoas, Ele alimentou, Ele chorou, Ele se indignou com a falta de esperança que havia e há no homem. Ele nos amou, deu sua vida, morreu obediente e ressuscitou e hoje ele vive. Com este legado temos total acesso a Ele , a Deus e ainda nos garante uma vida eterna.

Não merecemos este amor e assim ele oferece seu perdão para cada um de nós.

E qual o poder do perdão?

Nos últimos dias tenho tido a experiência de falar com pessoas que de algum modo tivemos algum tipo de conflito e tenho pedido perdão, muito interessante isso. Alguns ficaram admirados com minha atitude a também fizeram o mesmo para mim.

Um dos próprios ensinamentos de Jesus era, se você vier me adorar e souber que alguém ou um irmão tiver algo contra você, primeiro se reconcilie e depois busque a Deus em adoração (Mt 5.23-24).

Poucas decisões são mais desafiadoras para um líder que a administração de conflitos.

No dia do Natal de 1957, o Dr. Martin Luther King Jr. trouxe uma mensagem para uma plateia com o título “Amando seus inimigos”. Nesse sermão, Martin Luther King sugeriu três modos de fazer isso.

Em primeiro lugar, precisamos desenvolver e manter a capacidade de perdoar. Isso não significa ignorar o erro, mas que os erros não sejam barreiras em nossos relacionamentos. De acordo com King, o perdão “é o catalisador que cria a atmosfera necessária para um novo começo”.

Em segundo lugar, o erro contra nós não representa na totalidade a personalidade da outra pessoa. Como eu e você, temos características boas e más. Concentre-se naquilo que é bom.

Por último, não devemos ter por objetivo derrotar ou humilhar o outro, mas buscar a reconciliação, sua amizade, seu amor e sua boa convivência.

O que todas estas situações nos trazem como aprendizado?

O que aprendemos com esta parábola de Alexandre o Grande? E com a vida de Jesus?

Qual o seu legado? Qual seu objetivo de vida? Qual sua missão?

Lembre-se, no Natal comemoramos nascimento, a cada dia é um dia que temos a oportunidade de renascermos, podemos começar este renascimento com um perdão, que eu dê ou que eu receba, mas dê o primeiro passo.

Alexandre saiu de mãos vazias. Jesus teve suas mãos pregadas.

Alexandre não deixou legado, Jesus deixa um renascimento, que começa com o perdão.

O perdão te leva a começar sua caminhada!

Que nos seja um Feliz Natal de renascimento!!!

João Mengaldo