Metade dos que cuidavam de outros continuavam vivos dez anos após a primeira entrevista. Em contraste, cerca de metade dos que não ajudavam ninguém morreram dentro de cinco anos. [Imagem: Jessie Willcox Smith/Wikipedia]
Cuidar sem obrigação
Pessoas mais velhas que ajudam e apoiam outras pessoas também estão fazendo um favor a si mesmas.
É assim, por exemplo, que avós que cuidam de seus netos vivem em média mais tempo do que os avós que não cuidam dos netos.
A informação é resultado de análises de sobrevivência e longevidade de mais de 500 pessoas, com idade entre 70 e 103 anos, participantes do Estudo de Envelhecimento de Berlim (Alemanha), coletados entre 1990 e 2009.
Em contraste com a maioria dos estudos anteriores sobre o tema, desta vez não foram incluídos avós que eram cuidadores primários ou de custódia, mas apenas aqueles que proviam cuidados infantis ocasionais, bem como adultos mais velhos que não tinham filhos ou netos, mas que cuidavam de outros em sua rede social sem ter uma responsabilidade direta de fazê-lo.
Os resultados mostram que esse tipo de assistência pode ter um efeito positivo na longevidade dos cuidadores.
Recebendo vida em troca
Metade dos avós que cuidavam de seus netos ainda estavam vivos dez anos após a primeira entrevista, em 1990. O mesmo se aplicava aos participantes que não tinham netos, mas que davam apoio a seus filhos - por exemplo, ajudando com o trabalho doméstico. Em contraste, cerca de metade dos que não ajudavam ninguém morreram dentro de cinco anos.
Este efeito positivo da prestação de cuidados sobre a longevidade não se limitou a ajudar e cuidar da própria família.
Os idosos sem filhos que proporcionaram apoio emocional a outros, em esforços de voluntariado, por exemplo, também se beneficiaram. Metade desses ajudantes viveu por mais sete anos, enquanto os não ajudantes viveram em média por apenas mais quatro anos.
Cuidar dos outros e de si mesmo
Mas cuidar dos outros não é uma solução definitiva para uma vida mais longa.
"Ajudar não deve ser mal interpretado como uma panaceia para uma vida mais longa," afirmam Ralph Hertwig (Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano) e Sonja Hilbrand (Universidade da Basileia).
"Um nível moderado de envolvimento com cuidar dos outros parece ter efeitos positivos sobre a saúde, mas estudos anteriores mostraram que um envolvimento mais intenso causa estresse, o que tem efeitos negativos sobre a saúde física e mental," destaca Hertwig.
Fonte Diário da Saúde
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