O Estado de S.Paulo
Jornalista: Indefinido


06/05/20 - O Reino Unido tornou-se o país europeu com o maior número de mortes causadas pelo novo coronavírus, ultrapassando a Itália. Segundo dados do governo britânico, que está sendo pressionado pela falta de firmeza em sua resposta inicial à pandemia, mais de 32 mil pessoas já perderam suas vidas no país, o segundo com mais mortes no mundo em decorrência da doença, atrás apenas dos Estados Unidos, que ontem tinham mais de 70 mil mortos.

Até o dia 24, 29.648 pessoas haviam morrido de covid-19 na Inglaterra e no País de Gales, segundo dados semanais do Escritório de Estatísticas Nacionais.

Somados aos óbitos contabilizados na Escócia e na Irlanda do Norte até aquela data, o número salta para 32.313, segundo contagem da agência britânica Reuters, enquanto o número total de casos se aproxima de 192 mil. A Itália, por sua vez, tem 29.079 mortes oficialmente registradas, com 212 mil casos.

Com base nesses números, o Reino Unido tem 485 mortos a cada 1 milhão de habitantes, enquanto a Itália tem 481, apesar de ter 6 milhões de habitantes a menos.

Especialistas preferem analisar estatísticas históricas a comparar o número oficial de mortes por covid-19 entre um país e outro. Isso porque nações adotam métodos de diagnóstico e critérios de registros diferentes: por exemplo, enquanto o Reino Unido contabiliza mortes prováveis e comprovadas, as estatísticas italianas levam em conta apenas os óbitos confirmados por exames. Em ambos os casos, é provável que as subnotificações sejam significativas.

Apesar de uma queda recente no número diário de mortes, a chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Europa disse na segunda-feira que o Reino Unido ainda não viu uma “mudança substancial” no número de casos de covid-19. Isso, segundo Andrea Ammon, pode indicar que o pico da epidemia ainda pode não ter passado, contrariando declarações prévias do primeiro-ministro Boris Johnson. O premiê passou três noites na UTI após ter contraído a doença e disse, em uma entrevista nesta semana, que os médicos chegaram a se preparar para o pior.

Relaxamento. Um misto de inquietação e alívio se manifestou na segunda-feira, quando diversos países, como Alemanha, Espanha, Grécia, Bélgica, Lituânia, França, Nigéria e Líbano, começaram a afrouxar as restrições impostas para conter o contágio.
Em muitos lugares esse relaxamento parece mais um experimento em tempo real para se saber como viver com o vírus. E, embora a flexibilização varie de país para país, muitos líderes deixaram claro que tudo pode ser fechado novamente se os cidadãos se mostrarem imprudentes.

Em muitos países nem todas as lojas e indústrias foram autorizadas a retomar as atividades.
A abertura de escolas foi seletiva, com salas de aula reconfiguradas ou mesmo inativas até setembro. As normas de distanciamento social continuam em vigor. O uso de máscaras é obrigatório. Bares, cafés e restaurantes, na maior parte, continuam fechados.

As autoridades italianas alertaram que qualquer afrouxamento será suspenso se as infecções aumentarem novamente, sobrecarregando os sistemas de saúde.

O problema da flexibilização é que as autoridades não terão um sinal confiável das consequências por pelo menos duas semanas, que é o período de incubação do vírus. Portanto, permanece o risco de que, furtivamente, ocorra um aumento das infecções, uma nova onda tão ruim ou pior que a primeira.

Pequenas empresas abriram na Espanha, onde mais de 25 mil pessoas morreram, e o governo espera que o país retorne a uma “nova normalidade” no final de junho.

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