Correio Braziliense
21/01/20 - Medicamentos para diabetes, inflamação, alcoolismo e até mesmo para o tratamento de artrite em cães também podem matar células cancerígenas, de acordo com um estudo realizado por cientistas do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e do Instituto de Câncer Dana-Faber, em Boston. Os pesquisadores analisaram sistematicamente milhares de compostos já desenvolvidos e descobriram quase 50 com atividade anticâncer, até hoje desconhecida. As descobertas sugerem uma maneira possível de acelerar o desenvolvimento de novos remédios contra tumores ou redirecionar os já existentes para tratar a doença.
“Achamos que teríamos sorte se encontrássemos um único composto com propriedades anticâncer, mas ficamos surpresos ao encontrar tantos”, disse Todd Golub, diretor científico e diretor do Programa de Câncer do MIT. A pesquisa, publicada na revista Nature Cancer, foi realizada no Centro de Reaproveitamento de Medicamentos do MIT, que mantém atualmente uma coleção de mais de 6 mil remédios e compostos existentes aprovados pela FDA ou que foram comprovadamente seguros em ensaios clínicos (na época do estudo, o centro continha 4.518 drogas).
Testes
Os pesquisadores testaram todos os compostos em 578 linhas de células humanas de câncer, usando um método de código de barras molecular conhecido como Prism. Eles descobriram quase 50 medicamentos não oncológicos — incluindo aqueles inicialmente desenvolvidos para reduzir o colesterol ou inflamação — que matavam algumas células cancerígenas enquanto deixavam as saudáveis outras em paz.
Os cientistas esperam estudar os compostos da biblioteca de redirecionamento em mais linhas de células cancerígenas e incluir ainda mais medicamentos que já foram testados em humanos, com segurança. A equipe também continuará analisando os dados do estudo para entender melhor o que está impulsionando a atividade seletiva dos compostos.
4.518 milhões de compostos foram testados pelos cientistas do MIT. Desse total, aproximadamente 50 apresentaram atividade antitumoral
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