Prasinezumabe chega à Fase III com sinais promissores de modificar o curso da doença neurodegenerativa
A gigante farmacêutica Roche anunciou um tratamento mais eficaz para a doença de Parkinson: o avanço do prasinezumabe, um anticorpo monoclonal experimental, para a Fase III de testes clínicos. A decisão vem após resultados encorajadores dos estudos PADOVA e PASADENA de Fase II, que sugerem que o medicamento pode ir além do alívio sintomático — e interferir diretamente na progressão da enfermidade.
“Estamos encorajados pelos sinais de eficácia observados nos dois ensaios de fase II […] O prasinezumabe pode ter o potencial de se tornar o primeiro tratamento modificador da doença para pessoas com doença de Parkinson”, afirmou Levi Garraway, Diretor Médico da Roche.
Mais do que tratar sintomas: um novo horizonte
A doença de Parkinson afeta mais de 10 milhões de pessoas no mundo. Caracterizada por tremores, rigidez muscular e lentidão motora, ela desafia a medicina com sua natureza progressiva e sem cura conhecida. Até hoje, os tratamentos concentram-se em amenizar os sintomas — mas o prasinezumabe promete mudar esse paradigma.
Nos testes da Fase IIb com 586 pessoas, o medicamento demonstrou tendência de redução da progressão motora ao longo de dois anos, especialmente em pacientes que já utilizavam levodopa, tratamento padrão da doença. A análise sugeriu uma redução relativa de até 40% da progressão, em comparação ao grupo placebo.
O mecanismo do prasinezumabe tem um alvo claro: a alfa-sinucleína, uma proteína que, quando se acumula de forma tóxica no cérebro, contribui para a degeneração dos neurônios. Ao se ligar às formas agregadas dessa proteína, o anticorpo visa impedir sua propagação — freando, em teoria, o avanço da doença.
Com mais de 900 participantes já expostos à droga nos ensaios, e mais de 750 ainda em acompanhamento, a Roche relata um perfil de segurança estável e boa tolerabilidade.
O caminho até a cura
Ainda há muito a ser testado e compreendido antes que o prasinezumabe esteja disponível ao público. A Fase III será crucial para confirmar os indícios animadores e, quem sabe, inaugurar uma nova geração de terapias neuroprotetoras.
No entanto, o entusiasmo da comunidade científica é palpável. A possibilidade de finalmente frear o avanço do Parkinson reacende a esperança não apenas para pacientes, mas para suas famílias, cuidadores e profissionais de saúde.
Fonte: Roche
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