A Samsung Biologics tem a sede em Songdo, na Coreia do Sul - SAMSUNG BIOLOGICS
A empresa, que pertence ao Grupo Samsung, é uma prestadora de serviços para a indústria biofarmacêutica e tem se expandido para os Estados Unidos desde 2020.
Samsung: quando ouvimos este nome rapidamente o associamos a smartphones, televisões, gadgets e tecnologia. Poderá ser uma surpresa, mas a empresa sul-coreana Samsung foi fundada em 1938 e, na altura, comercializava noodles. Daí, passou a vender aparelhos electrônicos e, em 2011, juntou-se à área da saúde e biotecnologia com a Samsung Biologics.
A Samsung Biologics está sediada em Songdo, uma cidade inteligente construída do zero nas últimas duas décadas, situada na região de Incheon, e que fica a cerca de 65 quilómetros da capital sul-coreana, Seul. Mas, agora, quer expandir-se da Ásia para os Estados Unidos e para a Europa.
A empresa, que pertence ao Grupo Samsung, fornece serviços de desenvolvimento e fabrico por contrato (CDMO) para a indústria biofarmacêutica. O edifício, imponente e espelhado, e as regras e restrições para nele entrar já dão pistas sobre a confidencialidade do que ali se faz. “Fazer com que medicamentos biológicos cheguem aos clientes”: é assim que um representante da empresa resume a área de atuação da Samsung Biologics durante uma visita às instalações, em Abril. “O nosso propósito é alcançar uma vida melhor para a humanidade através da biomedicina”, acrescenta.
Envolvida na tecnologia do ARN-mensageiro, na tecnologia de anticorpos, na biologia molecular e na engenharia celular, a Samsung Biologics tem mais de 110 clientes global e conta com mais de 4500 funcionários.
A Samsung Biologics explica que “expandiu os seus serviços para cobrir uma ampla gama de tipos de moléculas”. “A empresa também continua a diversificar as suas capacidades para acomodar as necessidades dos clientes, investindo em novas modalidades, incluindo a produção de anticorpos e o ARNm. Além disso, a Samsung Biologics vê grande potencial na área da terapia genética e continua a investir em empresas com tecnologias relacionadas, como a Jaguar Gene Therapy e a Latus Bio, através do [fundo] Samsung Life Science Fund”, acrescenta.
Entre 2011 e 2023, a Samsung Biologics construiu quatro fábricas com capacidade de mais de 600.000 litros, tendo-se tornado o maior fabricante contratado do mundo no setor biofarmacêutico num único local desde 2018.
A empresa tem parcerias com empresas farmacêuticas como a Pfizer, a Eli Lilly e a AstraZeneca, a Roche e a Novartis, tendo também juntado esforços com a Moderna para o preenchimento, acabamento, embalagem e rotulagem dos frascos da vacina Spikevax durante a pandemia de covid-19. Além disso, tem o selo de aprovação de entidades como a agência para os medicamentos e alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) ou a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
A empresa está construindo o seu segundo biocampus e tem potencialmente em vista um terceiro. No que ao biocampus II diz respeito (cujo terreno é 30% maior do que o terreno do biocampus I), foram construídas quatro fábricas e uma quinta está agora em desenvolvimento – falamos da fábrica 5, que a empresa espera que esteja operacional em Abril de 2025.
Da Ásia, a Samsung Biologics expandiu-se para os Estados Unidos desde 2020, operando actualmente em Nova Jersey e São Francisco. No futuro, a meta poderá ser a Europa.
No que à expansão além-fronteiras diz respeito, a Samsung Biologics destaca, na resposta por email, que tem actualmente escritórios de vendas em Nova Jersey, São Francisco e Boston, o que permite que a equipa “trabalhe de forma mais próxima dos clientes existentes e potenciais nos EUA e cubra o fuso horário europeu”. “Os escritórios nos EUA permitiram que a empresa fornecesse interacção em tempo real diariamente para construir relacionamentos mais fortes e confiáveis. A Samsung Biologics tem revisto a diversificação geográfica, incluindo a expansão dos pólos de CDMO em regiões-chave como os EUA e a Europa, ao mesmo tempo que investe activamente em empresas inovadoras e procura fusões e aquisições, se e quando necessário”, acrescenta.
A empresa de biotecnologia garante ainda estar “constantemente a explorar novas estratégias” para alavancar os seus negócios “ao próximo nível, incluindo a diversificação de negócios e a expansão para modalidades emergentes que possam complementar” o seu modelo de negócios atual.
Em 2023, a Samsung Biologics alcançou uma receita consolidada de 3,69 biliões de wons sul-coreanos (cerca de 2500 milhões de euros), reflectindo um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Além disso, destaca a empresa, a Samsung Biologics “registou um lucro operacional recorde de 1,1 biliões de wons [cerca de 750 milhões de euros], um aumento de 13% em relação ao ano anterior – tornando-se a empresa de fabrico farmacêutico mais rápida a atingir a marca de mil milhões de wons na Coreia, após apenas 12 anos de actividade”.
“O forte desempenho foi atribuído ao bem-sucedido arranque da operação da fábrica 4 e a uma robusta carteira de vendas. Os nossos contratos de vendas acumulados ultrapassaram os 12 mil milhões de dólares em 2023, à medida que expandimos as nossas parcerias com 14 das 20 maiores empresas farmacêuticas globais”, justifica.
Sobre o papel que a pandemia de covid-19 desempenhou na sua capitalização e nos planos de expansão para os EUA e para a Europa, a Samsung Biologics diz ter desempenhado “um papel crucial na resposta rápida à escassez de medicamentos e vacinas contra a covid-19 durante o pico da pandemia, protegendo os pacientes em todo o mundo”. “A empresa continuou a expandir as parcerias com os seus clientes globais para tornar mais acessíveis a pacientes em todo o mundo os biomedicamentos que salvam vidas. Para facilitar as comunicações com os clientes, a empresa criou capacidades virtuais e soluções tecnológicas inovadoras para colmatar a distância física durante as restrições globais de viagens”, frisa.
A Samsung Biologics destaca ainda que todos os serviços de desenvolvimento e produção são realizados na unidade de bioprodução em Songdo, na Coreia do Sul, com os produtos que produz a serem depois exportados para mais de 24 países em todo o mundo.
Fonte: Publico(Portugal)
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