Sandoz deixa Argentina após acordo com a Biosidus

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A complexidade do mercado argentino, sua escala limitada e sua lucratividade congelada, são alguns dos motivos que torceram o braço da suíça Sandoz no país. Trata-se da empresa focada em biossimilares e que enfrenta um processo de spin-off da farmacêutica Novartis

 

by Cristina Kroll e Laura Ponasso | Pharmabiz

 

Como já estava embaralhada no mercado, a empresa procurava, há vários meses, um parceiro estratégico local a quem confiar o seu portifólio de produtos. A empresa escolhida é o laboratório Biosidus, com o qual durante o mês de junho avançará em um processo de transição e que, a partir de 1º de julho, permanecerá no comando do portfólio da Sandoz no país. Informou o Pharmabiz.

E nessa missão de buscar candidatos locais, um dos dados que certamente fez a balança pender foi o de que a Biosidus é chefiada por Mariano de Elizalde. Ele é um executivo que conhece o portfólio da Sandoz por dentro e por fora, estando na empresa há 16 anos. Foi gerente geral do Cone Sul, depois do México e depois do Brasil, até ser convocado da Biosidus.

O outro fator é que a Biosidus está focada em biossimilares, e ambos os portfólios vão combinar. Da mesma forma, a empresa conhece o terreno de alto custo e tem ginástica na plataforma de concursos públicos. Dessa forma, a empresa representará um portfólio que, segundo a Pharmabiz, se traduz em um faturamento próximo a US$ 32 milhões por ano, o que, quando somado, dobrará o tamanho atual da Biosidus na Argentina. Por sua vez, estima-se que o laboratório incorpore entre 25 e 30 colaboradores, dos 45 que compõem a atual grade da Sandoz. Este último poderia ser realocado para a filial chilena, entre outros destinos.

Na inicialização, os produtos permanecerão rotulados sob a Sandoz, até que os processos clássicos de transferência de registros sejam concluídos. Neste plano, a Biosidus planeja realizar a etapa de controle de qualidade em sua fábrica localizada no bairro de Almagro, em Buenos Aires. Da mesma forma, a empresa está muito animada com a ideia de lançar alguns dos 15 novos biossimilares Sandoz que estão em desenvolvimento na Europa, e que na Argentina já seriam apresentados pela Biosidus. 

Ao todo, são 17 marcas, que ficarão nas mãos da Biosidus. Neste pacote destacam-se o quarteto de biosmilares, Omnitrope; Rixathon; Erelzi; e Hyrimoz. Além dos bios, os imunossupressores Tacrolimus e MMF também são listados; produtos inscritos no segmento do sistema nervoso central, como os antiparkinsonianos Comtan, e Stalevo; e o antidepressivo Anafranil. Também o vasodilatador Treprostinil; o antibiótico Bioclavid; o antiviral Valganciclovir; os antifúngicos Caspofungina e Voriconazol; e tratamento de HIV Padviram. Também inclui o inibidor de reabsorção óssea Aclasta e o agonista LHRH Lectrum.

Enquanto isso, há produtos de pequena escala que estão sendo transportados há algum tempo, ou seja, sem atividade promocional. São eles o mucolítico ACC Expectorante; o antiprostático Tamsuna; o quelante Sevelamer; o antifúngico Caspofungina e o antiemético Zofran. Eles permanecerão sob o guarda-chuva da Novartis, até que o spin-off seja concluído.

Em paralelo, vale mencionar que os demais mercados da região permanecerão inalterados para a Sandoz e também sob o modelo representativo, com exceção do Chile. No Paraguai, o parceiro é a Casa Boller e, no Uruguai, seu braço é a drogaria Scienza. De fato, o argentino Diego Albuixech continuará baseado no Chile para continuar controlando Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai. Por sua vez, à frente do Brasil, quem segue firme também é o argentino Marcelo Belapolsky.

Globalmente, a Sandoz, no entanto, está super focada em seus biossimilares. Em seus últimos resultados financeiros, apresentou um crescimento de 4% e um faturamento de US$ 9.249 milhões em 2022. 

A estratégia implementada pela Sandoz na Argentina está em linha com a implantada pela norte-americana Eli Lilly há dois anos, quando a empresa decidiu se retirar pela segunda vez do país e deixou seus produtos sob a asa da Raffo nacional. Mais recentemente, o espanhol Grifols também deu um passo nessa direção. A empresa especializada em hemoderivados sai do mercado local nos próximos meses e parte de seu portfólio seria representada por empresas locais, como a nacional Felsan. 

Globalmente, a Sandoz está avançando com seu processo de spin-off da Novartis. Em fevereiro, o multi anunciou a nomeação de Gilbert Ghostine, o então CEO da Firmenich, como seu presidente; e, mais recentemente, em maio, aprovou a formação de seu Conselho de Administração.

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