A Sanofi, assim como a GlaxoSmithKline e outras grandes rivais do setor farmacêutico, está mudando sua abordagem para encontrar novos sucessos de vendas, apostando no lucrativo campo do câncer e abandonando seus programas menos promissores.
John Reed, o novo chefe de pesquisa da farmacêutica que saiu da Roche Holding no ano passado, está acelerando o desenvolvimento de 17 programas – oito sobre câncer – e abandonando mais de três dezenas de projetos de pesquisa e desenvolvimento. O diabetes, principal negócio da Sanofi, não estava entre as áreas de foco que a empresa destacou nesta quinta-feira.
Glaxo, Novartis e outras empresas do setor renovaram seus programas de pesquisa e desenvolvimento na tentativa de estimular a produtividade em meio ao aumento dos custos para levar medicamentos ao mercado e ao aumento da rejeição dos preços entre seguradoras e governos. A Sanofi precisa de novos motores de crescimento para suceder o Lantus, seu campeão de vendas que está envelhecendo, atacado por formas mais baratas de insulina, e para trabalhar junto com o recém-chegado Dupixent, um medicamento contra asma e eczema que deve fazer sucesso.
“Um novo capítulo está começando para nossa pesquisa e desenvolvimento”, disse o CEO Olivier Brandicourt a jornalistas em uma entrevista coletiva.
As ações chegaram a subir 0,9 por cento em Paris. Elas avançaram cerca de 3 por cento nos últimos seis meses antes de quinta-feira, superando um índice da Bloomberg de fabricantes europeias de medicamentos.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="4150813131">Chance perdida
A Sanofi admitiu no ano passado que não participou da recente onda de novos e revolucionários remédios contra o câncer e que foi deixada para trás por concorrentes como Bristol-Myers Squibb, Roche e AstraZeneca na crescente classe de remédios que induzem o sistema imunológico a atacar tumores, mas afirmou que ainda vê oportunidades significativas nesse campo.
Assim como a Glaxo, a Sanofi se afastou dos tratamentos contra o câncer anos atrás antes de optar por voltar. A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA concedeu em setembro autorização para seu primeiro medicamento de imuno-oncologia, que trata uma forma letal de câncer de pele, junto com a parceira Regeneron Pharmaceuticals.
A Glaxo também se expandiu em oncologia enquanto encerrava ou se desfazia de dezenas de programas de medicamentos. A companhia britânica divulgou um acordo de US$ 5,1 bilhões em dezembro para comprar a Tesaro, seguido nesta semana por uma parceria no valor de US$ 4,2 bilhões para desenvolver uma nova e promissora forma de imunoterapia com a alemã Merck.
Além do câncer, a Sanofi se concentrará em doenças raras, imunologia e doenças do sangue, além de manter seu compromisso com as vacinas. Entre os projetos abandonados havia tratamentos experimentais para a doença de Alzheimer, alergia a amendoim e diabetes.
O diabetes, que impulsionou o crescimento da companhia farmacêutica durante anos, continuou sendo um assunto espinhoso no último trimestre, já que as vendas do Lantus recuaram. A Sanofi não vai abandonar essa área, disse Brandicourt. No entanto, a interrupção de projetos sobre o diabetes põe em dúvida o compromisso da empresa com a área, disse Jean-Jacques Le Fur, analista da Bryan Garnier, em nota aos clientes.
Fonte: BOL
Comentários