Correio Braziliense
Jornalista: Samara Schwingel
O decreto que desobriga o uso de máscaras faciais em ambientes abertos passa a valer a partir de hoje no Distrito Federal. A medida, assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), publicada no Diário Oficial do DF (DODF) na última semana, diz que o uso do item ainda será obrigatório em espaços públicos fechados, no transporte público coletivo, em estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços, e em áreas de uso comum dos condomínios residenciais e comerciais. Ontem, o DF registrou o menor número de casos diários de 2021 e a menor média móvel de infecções. A taxa de transmissão segue abaixo de 1.
De acordo com os dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, foram 77 notificações de infecções pelo novo coronavírus entre segunda-feira e ontem. No mesmo período, a pasta registrou oito mortes pela doença, sendo que nenhuma ocorreu ontem. Com a atualização, a média móvel de casos está em 168, que também é a menor do ano. A variação foi de -68,49% quando comparada com 14 dias atrás. A mediana de mortes está em nove, o que indica uma queda de 36,36%, em relação às duas semanas anteriores. Os indicadores de óbitos e infecções são recalculados diariamente a partir dos dados do dia e dos seis anteriores. A operação ajuda a visualizar o desenvolvimento da doença, porque amortece os atrasos nas notificações.
No total, foram 515.211 infecções e 10.894 óbitos notificados na capital federal desde o início da crise sanitária. A taxa de transmissão está em 0,76, ou seja, um grupo de 100 pessoas transmite o novo coronavírus para outras 76. O valor indica que a pandemia está em queda. Para a infectologista Joana D’arc Gonçalves, a situação atual é boa, no entanto não é confortável. “É um bom sinal, mas temos que lembrar que tudo pode mudar em pouco tempo. Precisamos continuar nos cuidando apesar das flexibilizações”, alerta.
Ela analisa que ainda haja pessoas que não tenham se vacinado contra a doença e reforça que o comportamento da população é essencial para determinar o futuro da pandemia. “Era para o DF ter mais pessoas imunizadas. É lamentável que, até hoje, fake news influenciem as pessoas desse modo. Nesse cenário de pandemia, o comportamento humano é que vai prever a condição futura”, diz. Joana afirma que a ocupação de leitos e a taxa de transmissão são essenciais para avaliar a condição pandêmica.
Internações
A Sala de Situação da Secretaria de Saúde, por volta das 16h25 de ontem, mostrava que a rede pública de saúde operava com 51,65% de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) voltados para o tratamento da covid-19. Das 108 vagas, 47 estavam ocupadas, 44 livres e 17 bloqueadas. Na rede particular, a taxa era de 57,59%, sendo que dos 178 leitos, 93 estavam com pacientes, 69 livres e 16 bloqueados. Na lista de espera por uma UTI havia seis pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pelo novo coronavírus.
Ontem, o DF vacinou 163.750 pessoas com a primeira dose (D1), totalizando 2.416.046 moradores. Outras 515 pessoas completaram o ciclo vacinal — somando 1.672.676 — e mais 650 receberam a dose de reforço, conhecida como terceira dose, acumulando 126.068 beneficiados. Até o momento, 79,15% da população (3 milhões) receberam pelo menos a D1 e 54,80% completaram o ciclo vacinal. Hoje, a campanha de vacinação continua para adolescentes de 12 a 17 anos, grávidas e puérperas, maiores de 18 anos.
A dose de reforço pode ser aplicada em idosos com mais de 60 anos e profissionais da saúde que tenham completado, pelo menos, seis meses de recebimento da segunda dose. Os imunossuprimidos graves com mais de 18 anos podem receber o reforço com, pelo menos, 28 dias de aplicação da segunda aplicação.
Comentários