Produtos Nars, uma das marcas da Shiseido
by Fashion Network
A gigante japonesa dos cosméticos Shiseido, que conta no seu portefólio com as marcas Ulé, Nars, Shiseido e Serge Lutens, divulgou na sexta-feira, 10 de fevereiro, resultados anuais nada animadores, pressionada pela China e pelo Japão, os seus dois principais mercados. Mercados dos quais o grupo procura emancipar-se há alguns anos através de aquisições como a compra recente da Gallinée, marca de skincare fundada em 2016 pela francesa Marie Drago, ou da americana Drunk Elephant, em 2019.
Em 2022, as vendas da Shiseido aumentaram 5,7% para atingir 1.067 mil milhões de ienes (7,5 mil milhões de euros. O lucro líquido, por sua vez, caiu 27,1%, para 34,2 mil milhões de ienes. E o grupo espera um exercício de 2023 igualmente complicado.
"Espera-se que o ambiente de mercado para o novo exercício permaneça incerto, sob a pressão da inflação global, os riscos de recessão, a situação prolongada na Ucrânia e as flutuações das taxas de câmbio", comentou a Shiseido em comunicado.
"Investimentos estratégicos", o impacto do aumento dos custos das matérias-primas e o aumento dos custos com pessoal devido à inflação deverão pesar nos lucros deste ano, voltou a alertar o grupo.
A Shiseido prevê assim um lucro líquido de 28 mil milhões de ienes (200 milhões de euros) para o ano civil de 2023, uma queda de 18,1% em relação a 2022, enquanto as vendas deverão cair 6,9% para 1.000 mil milhões de ienes (7,1 mil milhões de euros).
A Shiseido diz-se, no entanto, “otimista” com as perspetivas de recuperação do seu setor este ano, na sequência da “normalização da economia na China e da transição para um novo normal pós-Covid” no Japão sob o impulso do governo, que reabriu completamente as fronteiras do país desde outubro passado.
A Shiseido diz querer melhorar a sua rentabilidade otimizando os seus custos e dando continuidade aos seus investimentos estratégicos "em domínios como os cuidados da pele e o desenvolvimento digital" das suas atividades.
A Shiseido é encarada, tal como a L'Oréal e a LVMH, como potencial candidata à aquisição da Aesop, marca australiana de cosmética de alta gama, atualmente parte do universo da brasileira Natura.
O grupo também acaba de anunciar o lançamento da sua marca Nars na Índia, através de uma parceria de distribuição com a Global SS Beauty Brands Limited. A Índia, que para muitos parece ser o próximo Eldorado da beleza.
Com AFP
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