A crescente preocupação com medicamentos falsificados: o caso de Ozempic e Mounjaro
Nos últimos anos, a internet tem sido inundada com ofertas de medicamentos para diabetes tipo 2 e obesidade, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro. Esses produtos, que também são conhecidos por auxiliar na perda de peso, têm atraído a atenção de golpistas que buscam se aproveitar da alta demanda e do interesse público. A situação tornou-se tão alarmante que a empresa de segurança digital BrandShield teve que intervir, derrubando mais de 250 sites que vendiam versões falsificadas desses medicamentos, conforme reportado pela agência Reuters.
A lista de sites bloqueados ainda não foi divulgada, mas a BrandShield prometeu compartilhar as informações com as autoridades assim que receber autorização das empresas farmacêuticas responsáveis pelos medicamentos. Além disso, a empresa removeu quase 4.000 anúncios de medicamentos falsificados em plataformas de redes sociais no último ano, com uma grande maioria desses anúncios sendo encontrados no Facebook.
O CEO da BrandShield, Yoav Keren, relatou à Reuters que, embora em 2022 os sites vendendo GLP-1 falsificados fossem menos comuns, em 2023 a empresa identificou um aumento significativo, com 34 portais vendendo esses produtos falsificados. Isso reflete um crescimento preocupante no número de falsificações, que não apenas enganam os consumidores, mas também podem representar sérios riscos à saúde.
No Brasil, o Ozempic foi aprovado pela Anvisa em 2018 e já está disponível no mercado. Wegovy e Mounjaro foram aprovados mais recentemente e devem estar disponíveis em breve, com o Wegovy previsto para chegar às farmácias ainda em 2024.
Diante desse cenário, é crucial saber diferenciar os medicamentos verdadeiros dos falsificados. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) fornece algumas orientações, como verificar se os números de lote, códigos de barras e números de série correspondem aos das embalagens genuínas. No entanto, mesmo com essas medidas, as falsificações podem ser convincentes, apresentando características semelhantes às dos produtos originais. Por exemplo, quando escaneados, os números de série das embalagens falsas podem revelar-se inativos.
Além disso, a aparência da caneta aplicadora pode ser diferente nos medicamentos falsos, o que pode ajudar na identificação de uma fraude. A Anvisa e outras agências de saúde recomendam que os farmacêuticos e consumidores verifiquem a autenticidade dos medicamentos antes de sua utilização. Outras dicas incluem a verificação de diferenças na cor da faixa da embalagem, formatação das letras e a presença de inscrição em braille. Também é aconselhável estar atento a erros de ortografia nas caixas e a discrepâncias entre o número do lote e a concentração do produto indicada na embalagem e na caneta.
A falsificação de medicamentos é um problema global que afeta não apenas os consumidores, mas também a indústria farmacêutica e os sistemas de saúde. É uma questão de segurança pública que exige vigilância constante e cooperação entre empresas, autoridades e consumidores. Ao estar ciente dos riscos e das formas de identificar produtos falsificados, podemos ajudar a proteger a saúde e o bem-estar de todos.
Comentários