O Estado de S.Paulo
Jornalista: Bruno Romani
01/10/19 - A startup de saúde TNH Health anuncia hoje que recebeu um investimento de US$ 2 milhões, liderado pelo fundo americano Valor Capital Group – participaram também da rodada os fundadores da rede de laboratórios Salomão Zoppi, a Vidalink e Maria Health Partners. A Valor é o fundo que ajudou a Stone a abrir capital em Nova York e também o serviço corporativo de academias Gympass a fazer sua expansão internacional.
A TNH desenvolve um assistente virtual chamado Viki, que conversa sobre temas ligados à saúde mental, como ansiedade, estresse, depressão e qualidade do sono – é possível utilizar o “psicólogo virtual” gratuitamente no Facebook Messenger. “Esse dinheiro vai ajudar a aprofundarmos nosso produto, expandir nossos negócios para o mundo corporativo e crescer nossa base de usuários no Brasil”, diz ao Estado Michael Kapps, cofundador da empresa.
Fundada em 2013, a TNH tem um time de 30 pessoas, divididos entre Joinville (SC) e São Paulo, que desenvolve a inteligência artificial da Viki.
“O que mais nos impressionou na TNH é capacidade de engajamento da ferramenta, que consegue transmitir informações importantes para a saúde do indivíduo”, diz Michael Nicklas, sócio da Valor Capital.
O executivo diz acreditar que esse seja apenas o primeiro investimento da Valor na TNH.
“Temos mais planos caso eles atinjam determinadas metas.”
A TNH mira como fontes de receita o mercado corporativo – operadoras de saúde e outras empresas que pretendem oferecer o “psicólogo virtual” para clientes e funcionários. A expansão da ferramenta para o setor público também é vista com bons olhos. A empresa está no processo de fechar um contrato com a cidade de Baltimore, EUA, para oferecer a assistente, além de manter conversas com governos da região Nordeste. Para a companhia, porém, é importante manter a versão gratuita da ferramenta. É com os dados gerados por essa base de usuários que a TNH consegue aperfeiçoar a inteligência artificial da plataforma.
Cifra importante
Apesar de baixo quando comparado a outros aportes em startups brasileiras em 2019, o investimento na TNH é um dos maiores valores do ano recebido por uma healthtech do País. “Temos olhado para o setor de saúde há muito tempo, mas não havíamos encontrado um ativo interessante, pois esse é um setor fragmentado, que também tem questões regulatórias”, diz Nicklas.
A TNH começou como um chatbot de saúde básica e evoluiu para uma ferramenta de monitoramento de grávidas e pacientes crônicos, como diabéticos. A dificuldade da regulamentação de telemedicina, que permite consultas à distância, incentivou a migração para o segmento de saúde mental, que tem questões regulatórias mais resolvidas.
“Fazemos tudo o que o médico não faz. O médico não liga para dar apoio emocional ou para lembrar de tomar remédio. Focamos em orientação, o que é permitido”, diz Kapps.
Voltar ao resumo | Início do bloco
Comentários