Startup desenvolve forma de transformar gesso em osso humano

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Estrutura feita de gesso extraído em Pernambuco não é convertida em osso humano, mas, como material sintético, é capaz de substituir certas estruturas ósseas do corpo                  Créditos: PixaBay.

 

Matéria-prima de alta qualidade é extraída da região do Araripe, em Pernambuco

 

Lucas Guimarães colaboração para a CNN

 

A startup brasileira HAP Gesso está desenvolvendo um biomaterial que pode revolucionar o setor de saúde. Feito a partir de gesso, a companhia sugere que esse composto poderá ser utilizado em cirurgias e outros procedimentos para regenerar ossos e até dentes.

Utilizando um processo inovador, a empresa conseguiu desenvolver um tipo de material que é totalmente compatível com o organismo humano: a hidroxiapatita de cálcio.

Criada em 2022, a startup integra a incubadora Porto Digital Europa, que apoia a internacionalização de negócios tecnológicos. Para entrar no mercado, a HAP Gesso busca captar R$ 1 milhão.

Atualmente, a incubadora opera no norte de Portugal, região escolhida por estar no segundo maior mercado consumidor de hidroxiapatita de cálcio no mundo, a Europa (só os Estados Unidos estão na frente).

 

Osso de gesso

A hidroxiapatita de cálcio é um material obtido a partir de um processo realizado com gessos de alta qualidade e alto teor de pureza, extraídos da região do Araripe, em Pernambuco.

Para viabilizar a produção dos ossos, o principal componente do gesso, o sulfato de cálcio, é convertido em hidroxiapatita.

A partir disso, a hidroxiapatita de cálcio pode ser aplicada em diversas áreas da medicina, como ortopedia, odontologia, estética, veterinária, entre outras especialidades.

A startup afirma que o material tem potencial para contribuir em todos os procedimentos voltados à recuperação óssea e dentária.

Em mensagem ao site Público Brasil, a presidente da HAP Gesso, Ceissa Campos Costa, informou que testes estão sendo conduzidos tanto no Brasil quanto na Europa, devido às diferenças nos processos de regulamentação.

A expectativa é que os europeus tenham acesso ao biomaterial já no início de 2025.

“Necessitamos, agora, da certificação [sanitária] e adequação do biomaterial, comprovando que está em conformidade com as normas europeias na área da saúde”, Ceissa afirma.

Primeiramente, os testes são realizados em animais e, na segunda fase do projeto, serão conduzidos em humanos; o processo de ambos é semelhante.

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Pernambuco, é a responsável por conduzir os experimentos em território nacional.

A presidente da HAP Gesso explica que a região do Araripe é responsável por 95% da produção de gesso no Brasil.

A Univasf, inclusive, fica a cerca de 200 quilômetros da fábrica onde o gesso dos testes é produzido, na cidade de Araripina.

“Somos [uma empresa] dedicada a melhorar a harmonização, o suporte e a mobilidade do corpo humano utilizando hidroxiapatita de cálcio sintética. Nossa missão é produzir biomateriais inovadores, biocompatíveis e osteocondutores para promover a saúde óssea, aprimorando a qualidade de vida e a mobilidade dos usuários em procedimentos odontológicos e ortopédicos”, a empresa explica em seu site oficial.

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