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Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | Canaltech
Você não leu o título errado: cientistas estão criando cabelo humano em roedores para fazer transplante em pessoas com calvície. A ideia vem de uma startup chamada dNovo, que produz os componentes dos folículos capilares “reprogramando” geneticamente células comuns, como sangue ou células de gordura.
Em entrevista ao MIT Technology Review, o fundador Ernesto Lujan declarou que a empresa pode converter qualquer célula diretamente em uma célula-tronco capilar, alterando os padrões dos genes ativos nela.
A ideia da startup, basicamente, é coletar células comuns (como as células da pele de pacientes) e depois convertê-las nas responsáveis por formar cabelo. A dNovo chegou até mesmo a enviar para a equipe do MIT uma imagem de como fica o camundongo depois de submetido ao experimento:
Startup cria cabelo humano em roedores para fazer transplante (Imagem: Reprodução/dNovo/MIT)
No entanto, a técnica desperta hesitação e ceticismo em parte dos especialistas da área. “Acho que as pessoas vão muito longe para recuperar o cabelo. Mas a princípio, será um processo muito caro”, estima Karl Koehler, professor da Universidade de Harvard.
Em sua opinião, imagens de camundongos com cabelo humano não são inéditas, e costuma haver "um truque e alguma desvantagem em traduzi-lo para humanos”. O laboratório de Koehler produz fios de cabelo de uma maneira totalmente diferente: cultivando organoides, que são pequenas bolhas de células. Sua ideia originalmente era cultivar células semelhantes a pelos do ouvido, com a intenção de tratar a surdez.
Em novembro, Paul Knoepfler, biólogo de células-tronco da UC Davis, fez um artigo alegando que essas empresas estão trazendo biologia de alta tecnologia para uma indústria conhecida por ilusões, com direito a muitas alegações falsas sobre remédios para queda de cabelo e o potencial das células-tronco: “É necessário estar ciente das fraudes", alertou.
Fonte: MIT Technology Review, The Niche
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