A síndrome metabólica é um conjunto de alterações que envolvem o metabolismo e são fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Apesar de pouco conhecida, suas manifestações são bastante comuns: cintura larga, açúcar no sangue elevado, colesterol alterado e/ou pressão alta.
Sozinho, cada um desses fatores já é capaz de aumentar o risco de doenças. Mas quando a síndrome está presente, os problemas se multiplicam: as estatísticas mostram que a mortalidade por doença cardiovascular é três vezes maior nesse caso.
Alguns estudos já haviam mostrado uma relação negativa entre a bactéria Akkermansia muciniphila e sobrepeso, obesidade, diabetes tipo 2 não tratada ou hipertensão. Por isso, pesquisadores belgas decidiram suplementar pessoas com essa bactéria e tiveram bons resultados, que foram publicadosna revista Nature Medicine.
Como o estudo foi feito
Cientistas recrutaram 32 pessoas para um estudo randomizado e duplo-cego, buscando entender se a suplementação era segura e teria bons resultados;
Eles foram divididos em dois grupos: o que tomaria o suplemento e o que receberia um placebo. Mas as pessoas não sabiam em que grupo estavam;
Seriam medidos parâmetros como resistência a insulina, lipídios no sangue, adiposidade visceral e IMC, além da função de barreira do intestino e a composição da microbiota intestinal;
Após 3 meses de suplementação diária, o grupo que usou o suplemento apresentou melhora na resistência a insulina, menores níveis séricos de lipídios e insulina e até mesmo redução de peso e circunferência do quadril;
Além disso, a microbiota intestinal dos voluntários foi preservada.
Por que esse estudo é importante?
Estima-se que entre 20% a 25% da população adulta mundial tem síndrome metabólica. A tendência é que essa prevalência aumente por causa do avanço da obesidade. As principais complicações relacionadas a este quadro são o diabetes e a aterosclerose (entupimento das artérias), que pode levar a infartos ou derrames. Agir nos pacientes enquanto ainda estão nesse estado é importante para evitar todas elas.*
O estudo, no entanto, foi considerado uma prova de conceito, como se fosse a criação de um protótipo de um tratamento. Agora é necessário ver se isso se reproduz em grupos maiores. Caso isso ocorra, os pesquisadores preveem que essa bactéria poderia ser vendida comercialmente mais futuramente.
Fonte: UOL
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