Cientistas criam 'tatuagem' que poderia substituir carteira de vacinação (Foto: MIT)
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Um grupo de bioengenheiros no MIT (Instituto de Tecnologia Massachusetts) desenvolveu uma forma de armazenar o histórico de vacinação de um indivíduo em seu próprio corpo. Por meio de um adesivo com microagulhas, é possível inserir pontos quânticos sob a pele do cidadão. Qualquer pessoa com uma fonte de luz adaptada -- um smartphone, por exemplo -- consegue checar a "mensagem" deixada.
O sistema tem potencial para substituir as antigas carteiras de vacinação em papel e pode se mostrar mais eficiente que o registro digital. Em áreas pobres e países em desenvolvimento, profissionais de saúde frequentemente têm dificuldade para acessar o histórico de vacinas de cada pessoa.
"Começamos pensando em usar uma tinta invisível a olho nu", afirmou Ana Jaklenec, cientista no Instituto Koch de Pesquisa Integrada de Câncer, do MIT, em entrevista à IEEE Spectrum. A equipe acabou chegando a outra solução, o uso de pontos quânticos. Esses pontos agregam nanopartículas de semicondutores, com 2 a 10 nanômetros (1 milímetro é um milhão de vezes maior que um nanômetro). Eles podem absorver luz em um comprimento de onda e fazer a conversão para outro comprimento -- ou seja, absorver luz de uma cor e emiti-la em outra, ou emitir luz que seja visível somente em condições específicas. Por isso, vêm sendo usados em televisores, monitores variados, paineis solares e sensores biológicos.
Para criar pontos quânticos que não fossem tóxicos para seres vivos os cientistas usaram um núcleo de cobre com uma casca de alumínio e sulfito de zinco (em outras aplicações, usam-se normalmente elementos como cádmio e chumbo).
Na experiência, publicada na quarta-feira (18/12) no Science Translational Medicine, a equipe do MIT uso adesivos com microagulhas para depositar os pontos sob a pele de cobaias e depois conseguiu reconhecer a mensagem com uso de um smartphone, alterado para detectar luz quase infravermelha, invisível a olho nu. Os testes foram feitos também com corpos humanos de vários tons de pele. A mensagem persistiu por nove meses. Os cientistas acreditam que, no estágio atual da pesquisa, a mensagem se mantenha estável por cinco anos.
Jaklenec acredita haver outra aplicação comercial para a tecnologia -- tatuagens invisíveis com função apenas estética, que possam ser percebidas sob alguma luz específica. "Se houver investimento, isso poderia acontecer em um ou dois anos", diz a cientista. O trabalho já tem apoio financeiro da Fundação Bill e Melinda Gates.
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