Pigmentação na pele pode esconder manchas ou lesões. Por isso, é importante ter atenção permanente com as áreas tatuadas do corpo.
Especialistas do Instituto Nacional do Câncer fazem um alerta sobre as tatuagens. Elas podem dificultar o diagnóstico de doenças na pele. Por isso, é importante ter atenção permanente com as áreas tatuadas do corpo.
É uma questão de escolha para a vida toda. O Felipe Mira tem 28 anos, nunca fez uma tatuagem, mas decidiu que chegou a hora.
“Eu vim acompanhar a minha namorada, que está sendo aprendiz de tatuadora, e quando ela ficar boa, eu vou fazer uma tatuagem com ela”, diz o autônomo.
O Sérgio Ricardo começou aos 18 e não parou mais. Tem 26 espalhadas pelo corpo. “Você quer fazer outra, quer fazer a segunda, a terceira, aí você para de contar, aí vai fazendo”, diz o guia de turismo.
O Márcio aproveitou a maior convenção de tatuagem da América Latina, no Rio, para fazer mais uma. “Como a gente vai emendando uma na outra, a gente não sabe se conta uma só ou se conta várias, aí eu não sei se eu tenho uma ou se tenho 20”, afirma.
Mas o Instituto Nacional do Câncer faz um alerta para quem tem ou quer fazer uma tatuagem. A pigmentação na pele pode esconder manchas ou lesões e dificultar bastante o diagnóstico de um possível câncer de pele.
“Normalmente a pessoa tatua em uma área relativamente grande, em torno de 10 cm², se essa área tiver muitas lesões pigmentadas, tipo sinais escuros e se a tinta utilizada for preta, fica difícil você definir o tamanho da lesão, o contorno dessa lesão, algumas alterações do relevo, da coloração dessa lesão. Então, fica difícil acompanhar a evolução desses sinais”, afirma o oncologista do INCA Ronaldo Corrêa Ferreira da Silva.
E a moda vem pegando no mundo todo. Nos Estados Unidos, 35% da população de 20 a 40 anos têm tatuagem. Aqui no Brasil, 14 marcas de tintas usadas para pigmentar a pele foram suspensas em 2014 pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Algumas tinham metais como cádmio, cobalto e mercúrio, substâncias que podem provocar câncer.
Por isso, é sempre bom pesquisar a origem do material. E conhecer bem o tatuador, procurando referências e indicações de trabalhos já feitos.
“Fazendo esse crivo, ele vai começar a ter entendimento de onde conseguir fazer uma boa tatuagem”, diz o tatuador Ricardo Porto.
Nenhum estudo comprovou até agora que a tatuagem pode aumentar o risco de câncer. Mas o oncologista recomenda: quem tem essa pintura na pele precisa ter ainda mais atenção com a exposição ao sol.
“Quem já é tatuado ter uma atividade de procura ao dermatologista, ao médico, para controle desses locais tatuados tendo em vista que se tiver algum sinal naquele local tatuado, precisa ter um cuidado maior de acompanhamento”, explica o oncologista do INCA.
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