Encarar a doença é sempre um grande desafio, o que pode ser ainda mais difícil quando pacientes apresentam quadros de baixa autoestima e depressão. Estudos revelam que a queda do cabelo durante a quimioterapia, um dos efeitos colaterais mais traumatizantes do tratamento, incide diretamente nas taxas de desistência e afeta principalmente as mulheres.
Como as drogas utilizadas têm o objetivo de atacar as células doentes, que se multiplicam muito rapidamente, a medicação acaba atingindo outras células saudáveis que também crescem de forma rápida, como a raiz dos cabelos, motivo pelo qual ocorre a queda. Para evitar este quadro, hospitais e diversas clínicas de oncologia de todo o país vêm adotando a touca inglesa, uma tecnologia criada na Inglaterra que resfria o couro cabeludo de maneira uniforme e ajuda a minimizar a queda dos fios.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Para o oncologista Dr. Gilberto Amorim, Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da Oncologia D'Or, que atua no tratamento de câncer de mama desde o início dos anos 90, a utilização da touca inglesa é um diferencial durante a quimioterapia. "As mulheres têm uma relação ímpar com o cabelo. Elas até lidam bem com outros efeitos colaterais do tratamento quimioterápico, como náuseas, mas a queda de cabelo é realmente algo devastador para toda mulher e tem um impacto psicológico fortíssimo. A possibilidade de prevenir ou minimizar este efeito do tratamento traz uma mudança impactante para o paciente e a maneira como enfrentará a doença", afirma.
Como funciona
A touca inglesa é colocada cerca de 30 minutos antes da sessão de quimioterapia e não pode ser retirada até uma hora e meia depois da infusão das drogas. O sistema especial resfria o couro cabeludo do paciente a uma temperatura entre 18ºC e 22ºC, o que permite a menor absorção dos fármacos nessa região. O procedimento completo permite que o couro cabeludo fique estavelmente resfriado graças à circulação do líquido gelado, o que causa diminuição do fluxo sanguíneo nos folículos capilares e evita ou reduz a perda dos fios.
A tecnologia de resfriamento do couro cabeludo vem sendo desenvolvida há décadas, e curiosamente já utilizou até mesmo melancias na cabeça de pacientes, nos primórdios dos estudos. O sistema, criado no Reino Unido pela empresa Paxman Coolers, pioneira no mundo, é o único no Brasil com aprovação da FDA (agência que regula os medicamentos nos Estados Unidos) e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). É o que há de mais moderno e possui eficácia comprovada por dezenas de estudos realizados pela empresa britânica ao longo de mais de 20 anos.
Em mais de 50% dos casos, os pacientes tratados relataram a diminuição da alopecia a ponto de não precisar usar lenço ou peruca. "Evitar a queda de cabelo permite que você fique bem consigo, mantenha a dignidade e autoestima elevada. Além disso, as pessoas não te identificam como alguém doente. Usar o sistema me ajudou a manter a confiança", relata Patrícia Melo, de 45 anos, que passou por tratamento para câncer de mama e realizou quatro sessões de quimioterapia com o uso da touca inglesa.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Tecnologia mais utilizada no Brasil
Mais de 100 mil pessoas em 64 países já utilizaram a touca inglesa desde que foi criada, em 1997. No Brasil, desde 2013, já foram realizadas mais de 33 mil sessões nos principais centros de referências, como Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanês, Rede D´Or e Grupo Oncoclínicas, além de diversas clínicas.
Por inibir a absorção das drogas na região do couro cabeludo, o resfriamento não é indicado para cânceres hematológicos, metástase manifestada no couro cabeludo, câncer na cabeça ou caso o paciente apresente alguma alergia ao frio. Recentemente, o FDA expandiu o uso da touca inglesa para pacientes com quaisquer tumores sólidos.
Website: http://www.paxman.com.br/
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