Valor Econômico

26/09/19 - A digitalização na saúde é um fenômeno sem volta. Ao lidar com a saúde das pessoas, ela interfere em infinitas variáveis que respondem pela qualidade de vida.
Uma plataforma on-line que facilita a prescrição digital e modelos em 3D que ajudam no ensino médico são exemplos de tendências já adotadas.

Felipe Folco, diretor médico da Cia da Consulta, destaca a importância do prontuário médico digitalizado. “O prontuário é o primeiro sistema, a primeira ferramenta que melhora o relacionamento médico-paciente. É essencial para garantir o cuidado com o paciente e a qualidade da informação”, disse em debate sobre inovação no Healthcare Innovation Show HIS 2019, na semana passada.

A Memed, plataforma on-line de consulta a bulas de medicamentos e prescrição digital criada em 2012, foi um dos casos relatados. Ricardo Moraes, CEO da empresa, disse que em 2018 foram realizadas pela plataforma mais de três milhões de prescrições, número que triplica anualmente desde 2016. O volume de buscas por informações de medicamentos chegou a 60 milhões, o dobro em relação a 2017.

A digitalização na saúde também está presente na formação médica, nas aulas de anatomia, por exemplo. “Ao colocar os óculos de realidade virtual, os futuros médicos podem entrar no corpo de Lucy, uma paciente virtual criada pela MedRoom ”, relata Sandro Nhaia, CEO da startup que desenvolveu os modelos e que usa RV e conceitos de gamificação no treinamento de alunos de faculdades de medicina.

A Sharecare, empresa americana de consultoria em saúde, está trazendo para o Brasil uma série de estratégias para organizações que querem incentivar seus funcionários a adotar boas práticas de saúde. Nicolas Toth, CEO da Sharecare, cita como exemplo um paciente diabético que não adoeceria se tivesse melhor alimentação e praticasse exercícios físicos. A doença, explica, não evoluiria a ponto de levar a uma cegueira e amputação de membro. Segundo ele, esse tipo de progressão da doença representa para a saúde, algo em torno de 40% a 50% dos custos totais.

A Sharecare realiza o levantamento de risco de diferentes populações. “Seja de empresas, operadoras de saúde, governos e provedores. Nosso foco é fazer com que os riscos se tornem cada vez menores, o que será traduzido em mais saúde, menos custos e mais produtividade”, explica.

O aplicativo, portal web e dashboard gerencial estão entre as ferramentas da companhia. Trata-se de uma plataforma digital que objetiva identificar o grau de risco individual. Por meio de um questionário chamado “real age”, o aplicativo apresenta a idade real do paciente versus a cronológica. “Isso é fundamental porque já demonstra, de forma simples, se você está melhor ou pior de saúde em relação a sua idade”, exemplifica Toth.

O próprio aplicativo, de acordo com os fatores que estão interferindo na saúde, fornece conteúdos que podem ajudar a mudar o comportamento. O aplicativo também é capaz, por exemplo, de classificar o grau de estresse do paciente por meio da voz no momento da ligação.

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