Telemedicina no radar do setor em missão pela China

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Impacto para a população

A telemedicina tem sido um recurso importantíssimo para a democratização do atendimento assistencial no país. De acordo com a Comissão Nacional da Saúde da China, todos os distritos em situação de pobreza do país já têm acesso a essa tecnologia por meio de iniciativas como a da Ping Na Good Doctor.

A empresa oferece atendimento completo ao paciente, incluindo diagnóstico e medicação, em um minuto. A operação é viabilizada por sistemas de inteligência artificial e sem funcionários, identificando a doença e indicando o tratamento mais adequado a partir de uma análise do quadro do paciente. Em caso de necessidade de medicação, as unidades contam com 100 categorias de remédios estocados. Caso o medicamento não esteja disponível, o paciente pode requisitá-la pelo app da empresa. Na base de dados, constam 2 mil doenças. Mais de mil “clínicas de um minuto” como essas estão sendo erguidas na China. O vídeo ao fim da reportagem ilustra esse modelo de assistência à saúde.

Em outra iniciativa que envolveu empresas e o governo, 249 hospitais na região rural de Sichuan (com 81,1 milhões de habitantes) foram conectados a 112 centros altamente especializados e localizados na capital. Entre 2003 e 2012, foram realizadas quase 12 mil teleconsultas dedicadas principalmente ao diagnóstico de neoplasias, lesões e doenças cardiovasculares. Como resultado, 39,8% dos diagnósticos originais realizados nos hospitais rurais foram modificados após a consultoria com os hospitais especializados e 55% dos tratamentos originais foram alterados. Além da evolução na qualidade assistencial, o projeto gerou uma economia líquida em torno de US$ 6 milhões por ano, para pacientes e especialistas.

Balanço

Ao todo, a missão percorreu 1.700 quilômetros passando pelas cidades de Pequim, Shangai e Hangzhou. A agenda de visitas, palestras e reuniões de trabalho permitiu absorver as melhores práticas dos novos formatos de varejo, marketing, crossborder e tecnologias que compõem os inovadores ecossistemas de negócios voltados para o consumo. “As novas soluções de pagamento com carteiras digitais são alguns dos exemplos. A Alibaba desenvolveu o Alipay, que funciona por meio de um aplicativo, em que usuários realizam transações diretamente em seus dispositivos móveis a partir de um crédito em conta”, acrescenta Serrentino.

Sergio Mena Barreto afirma que alguns temas assimilados na viagem serão aprofundados em outros eventos da entidade ainda este ano. “Tenho certeza que os aprendizados que tivemos na China nos inspirarão por muito tempo. O Master Class, programa de classe mundial que receberá um professor de Harvard em agosto; e o Future Trends, nosso congresso em setembro, certamente refletirão essas tendências”, avalia.

A missão ocorreu entre 23 de maio e 2 de junho com o patrocínio da Cimed e do Grupo NC/EMS. A agenda anual da Abrafarma inclui ainda um programa com universidade internacional realizado no Brasil, road shows para profissionais das redes associadas, programas de pós-graduação online e presencial, um grande congresso, e a principal premiação do setor. Mais de 15 mil profissionais são impactados anualmente por essa programação.

A inteligência artificial combinada com os serviços clínicos mostra-se cada vez mais eficiente para expandir o acesso à saúde em países com dimensões continentais. Essa foi uma das constatações do grande varejo farmacêutico nacional, que acaba de regressar de uma missão técnica à China, organizada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) em parceria com a consultoria Varese Retail Strategy.

O setor esteve representado por 50 altos executivos das 25 maiores redes de farmácias do país, que voltaram os olhares para temas como prontuários integrados, prescrição online na farmácia, pacotes de tratamento para crônicos e telemedicina. “Voltamos surpreendidos com a reinvenção deste país, em pouco mais de 20 anos. Exemplos de lojas sem funcionários e meios de pagamento online já são reconhecidos, mas o que eles também estão fazendo na área da saúde, é algo sem comparação com o ocidente”, comenta Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, com exclusividade ao Panorama Farmacêutico.

Para Alberto Serrentino, da Varese Retail, a visita deixou clara a aposta do governo chinês na descentralização das estruturas de atendimento como forma de ampliar o acesso à saúde aos municípios. “Empresas inovadoras surgiram para integrar uma gama de serviços digitais que envolvem monitoramento remoto de consultas, triagem e distribuição de medicamentos, reduzindo a necessidade de espaços físicos”, ressalta.

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