Teoria da evolução virtual das espécies

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Por  Octávio Nunes

Donald Trump não precisa mais do que cento e quarenta caracteres para fazer estragos. É assim, por meio do Twitter, que o poderoso presidente norte-americano se comunica com o mundo. Ele sabe do alcance desse canal, como sabe da força de outras plataformas das redes sociais, ainda que seus pronunciamentos por si só já causariam enorme impacto mesmo se fossem feitos por outros meios mais tradicionais, como TV e Rádio.

Em luta renhida com alguns dos mais tradicionais e influentes meios de comunicação dos Estados Unidos, Trump vê no Twitter um eficiente canal para enviar suas mensagens sem que alguém o impeça, o censure, o controle. E age com a irresponsabilidade de um cidadão qualquer que usa as redes sociais como um espaço livre e desimpedido para, no caso do presidente, destilar ódio e preconceito e também para defender interesses empresariais e privados, ainda que esteja falando em nome do povo americano.

No nosso dia a dia, acompanhamos o comportamento de pessoas que conhecemos agindo como um Trump. Não estamos falando de poder propriamente, mas da capacidade que essas pessoas têm de, igualmente, causar estragos. Usam as redes para impor pensamentos sem medir as consequências para os que estão conectados com elas e para elas próprias. É um mundo sem lei que está cada vez mais veloz e descartável.

A esperança que nos move reside na perspectiva de que a tecnologia vai acelerar tanto o nosso cotidiano que os mais lentos e aqueles com maior dificuldade em produzir conteúdo de qualidade serão atropelados pelas circunstâncias.

Dizem que em 2025, um computador será 64 vezes mais rápido o que os equipamentos dos dias atuais e que a quantidade de dados transmitidos por fibra ótica, “a forma mais rápida de conectividade”, duplica a cada nove meses.

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Em meio a este cenário de estonteante mudança é preciso desenvolver novas habilidades de sobrevivência. Pense na teoria da evolução das espécies, de Darvin. Aqueles que se desenvolverem melhor terão maior capacidade de adaptação. Os que tiverem o que dizer nas redes sociais, conseguirem produzir melhor conteúdo e se tornarem influenciadores capazes de mobilizar para que as pessoas façam algo de diferente para elas e para a sociedade, certamente, confirmarão a teoria do evolucionismo do mundo virtual.

Os que vivem de postar vídeos engraçados, de bebês fofinhos, de cachorros, de acidentes de carros, de assalto a banco, de mulher nua, de bêbados trôpegos e de fazer de tragédias a piadinha de última hora para medir o quão espirituoso é o brasileiro, estarão fadados ao isolamento.

O leitor deve estar se perguntando: aonde se pretende chegar com a tal teoria da evolução virtual das espécies se, também em 2025, todo o Planeta estará integralmente conectado; e seremos mais de 7 bilhões de pessoas produzindo mais conteúdo com maior velocidade?

Darvin acreditava que a evolução das espécies era um processo que consumia milhões de anos. Provavelmente as tecnologias e todas as inovações disponíveis hoje farão com que futuras transformações não demorem tanto tempo a chegar. Até lá, Trump será fóssil de uma peruca loura ou de uma gravata longa e fosforescente da mesma forma que os estúpidos incorrigíveis e os radicais de hoje não sobreviverão por tanto tempo ainda que nossa expectativa de vida tenha aumentando significativamente no Brasil e em muitos outros recantos do mundo. Ainda vão culpar a ciência por tudo isso.    

Octávio Nunes é Jornalista, palestrante e Diretor de Comunicação da Interfarma

Artigo publicado na revista Up Pharma, na edição março-abril

 

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