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São Paulo – A cura do câncer é complexa devido às diferentes particularidades da doença e um exemplo recente demonstra exatamente isso. Um programa de testes clínicos de tratamento para um tipo incomum de linfoma foi cancelado porque, em vez de combater as células cancerígenas, o resultado foi piorar a doença.

Chamado linfoma de células T do adulto, o câncer é causado por um vírus linfotrópico humano tipo 1 que atinge as células T do sistema imunológico.

A droga que foi usada para combatê-la no estudo recente é uma das que mais se provaram eficientes na luta contra o câncer. Parte de uma tendência médica intitulada imunoterapia, ela fortalece o sistema para que o próprio corpo humano reaja à doença. Seu efeito é fazer com que o sistema imunológico humano perceba a existência de células cancerígenas, apesar de a doença contar com artifícios para se ocultar. O problema é que, em alguns casos, como nos pacientes com esse tipo específico de câncer, o medicamento pode fazer com que o sistema imunológico ataque não só as células cancerígenas, mas também as saudáveis.

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De acordo com um estudo brasileiro feito por pesquisadores de Sergipe e da Bahia, em 2016, publicado na Revista da Associação Médica Brasileira (disponível na rede Scielo), a doença atinge 20 milhões de pessoas no planeta, em especial em países como Japão, África, Caribe, Brasil e Peru. Porém, somente 5% das pessoas acaba desenvolvendo a doença, por razões ainda desconhecidas pela medicina. Sua transmissão se dá de diferentes formas, como amamentação, contato sexual e transplantes.

O medicamento usado nos testes clínicos foi o Nivolumab (feito pela Bristol-Myers Squibb), aprovado para tratamento de outros tipos de câncer, mas não para esse em particular. Em um grupo de 20 pacientes, as três primeiras pessoas a receber apenas uma dose do remédio apresentaram piora de suas condições médicas, o que levou os pesquisadores a encerrar os testes.

Os médicos envolvidos nesse programa publicaram os resultados em um estudo no The New England Journal of Medicine para alertar outros profissionais sobre o risco do uso do Nivolumab para esse tipo específico de câncer. Vale notar que essa doença tem quatro tipos conhecidos, sendo dois deles mais letais do que os demais.

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“Eu não acho que devemos usar o Nivolumab para essa doença de forma alguma, considerando a nossa experiência”, afirmou o Dr. Murali Janakiram, um dos coautores da carta publicada no periódico científico, em entrevista recente ao jornal americano The New York Times.
A reportagem conta o caso de uma das pacientes. Ela apresentou inchaço e dor no baço, além de lesões na pele após o início do tratamento. Fora isso, houve aumento de 63 vezes nos níveis de DNA do vírus ligado ao câncer. Os médicos interromperam a medicação e fizeram tratamento com radiação para reverter o quadro, o que foi possível. Porém, a paciente, que tinha convivido com a doença por 20 anos, faleceu poucos meses depois.

Os médicos disseram ter iniciado o tratamento acreditando que ele seria benéfico para pacientes com esse tipo de condição. No entanto, a imunoterapia demonstrou que ainda guarda surpresas, nem sempre positivas, para os médicos e pesquisadores.

Ainda assim, não é possível assegurar claramente a relação da piora de pacientes com o tratamento desse tipo de câncer. Ainda assim, relatos como esse são importantes para a comunidade. Uma vez que na ciência não se prova algo tão importante com apenas um ou dois estudos, mais pesquisa ainda será necessária até que a medicina encontre um caminho para resolver essa rara condição.

O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos.

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