Correio Braziliense
Jornalista: Indefinido
08/12/19 - Alguns hospitais têm usado tecnologias como robótica nas cirurgias. É o caso do Hospital Brasília nos transplantes de rim. De acordo com o chefe do serviço de Urologia da instituição, Fransber Rodrigues, com a tecnologia é possível reduzir o tempo de cirurgia para cerca de duas horas. “Além disso, a incisão necessária é bem menor”, diz.
De acordo com o responsável pelos transplantes de rins da Santa Casa de Porto Alegre e diretor da ABTO, Valter Garcia, apenas os hospitais privados usam robótica, pois o procedimento ainda não é coberto pelo SUS, que custeia 96% dos transplantes de órgãos no Brasil.
Em São Paulo, alguns hospitais já usam ventrílocos artificiais para substituir a inflação. “Já estão em uso no Brasil. Em São Paulo, fizemos cerca de 30, mas são usados em larga escala no Hemisfério Norte, principalmente, nos Estados Unidos e na Alemanha, onde são são usados aos milhares e ainda estão em evolução”, explica o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Paulo Pêgo.
Para o futuro, há muitas frentes em estudo em vários países, como os xenotransplantes. Trata-se do uso do fígado e do coração, principalmente de porcos geneticamente modificados, ou seja, os animais são preparados para que não haja rejeição. “São estudos que vêm sendo desenvolvidos há décadas com idas e vindas, mas não há uma previsão de quando isso vai se tornar uma prática”, diz Pêgo.
Outros estudos mais recentes, e acordo com o médico especialista em cirurgia torácica e transplantes, são a cultura de células e a fabricação de órgãos artificiais e as impressões de órgãos em 3D. “Não sabemos qual vai ser o tempo para tudo isso ficar disponível”, avisa.
Custos para o SUS
De acordo com Garcia, o investimento em transplantes reduz os gastos do SUS, principalmente no caso dos pacientes de rins, pois o tratamento substitui a hemodiálise, mais dispendiosas no longo prazo.
Segundo ele, a remuneração do SUS aos hospitais para um transplante de rim varia entre R$ 35 mil e R$ 40 mil. O valor depende de quanto mais modalidades de transplantes o hospital realiza, ou seja, quanto mais preparado, maior é a remuneração.
Por outro lado, um ano de hemodiálise custa ao SUS cerca de R$ 42 mil. “Considerando o gasto de R$ 8 mil por ano com cada transplantado com imunosupressores, consultas e exames periódicos, no primeiro ano o transplante é mais caro, mas depois o custo é bem menor”, compara. “Do ponto de vista do gasto público, o transplante vale a pena”, diz.
Os planos de saúde, segundo ele, que cobrem transplantes de rim e de córnea, remuneram em cerca de R$ 100 mil cada transplante de rim e cerca de R$ 120 mil por ano cada paciente de hemodiálise. (CD)
Comentários