Tudo que os profissionais precisam saber sobre saúde mental

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Forbes

Aos 25 anos, Gabe Howard foi diagnosticado com uma doença grave. Na época, ele era um funcionário de sucesso em um setor competitivo. Depois da primeira hospitalização, Howard voltou ao trabalho, mas não foi bem recebido – percebeu sussurros pelos cantos e olhares de lado. E, como seu tratamento exigia um tempo cada vez maior longe do dia a dia profissional, as coisas só pioraram.

“Cada vez que eu saía, a fábrica de boatos retomava as atividades a todo vapor”, lembra. “As pessoas diziam que meus problemas de saúde eram uma grande fraude. Que eu dizia estar doente e recebia seis semanas de férias pagas.”

Se Howard tivesse câncer, a reação das pessoas seria de surpresa. Mas seu diagnóstico é fortemente estigmatizado: transtorno bipolar. Embora sua primeira experiência ao lidar com uma crise de saúde mental no local de trabalho tenha terminado em demissão, foi o empregador da época quem acabou por perder um valioso jovem talento – além do drama causado pela falta de apoio.

Howard, no entanto, construiu uma carreira de sucesso no setor de empresas sem fins lucrativos, e agora escreve e fala sobre transtorno bipolar em tempo integral. A história do profissional mostra que é possível ser um funcionário saudável e produtivo enquanto gerencia uma condição de saúde mental grave e persistente.

Muitas vezes, a peça que falta no quebra-cabeça psicológico do ambiente de trabalho é a educação, tanto para funcionários quanto para empregadores.

Veja, na galeria de imagens a seguir, 10 coisas que tanto funcionários quanto empregadores precisam saber sobre saúde mental no trabalho:

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1. Problemas de saúde mental estão presentes em todos os locais de trabalho

Um em cada cinco adultos norte-americanos é acometido por uma doença mental todos os anos. De cada 25 casos, um – como aconteceu com Howard – é grave.

“A saúde mental é muito mais um espectro”, diz Kelly Greenwood, fundadora e CEO da Mind Share Partners, uma consultoria especializada em bem-estar psiquiátrico no ambiente de trabalho. “Poucas pessoas são 100% saudáveis ​​do ponto de vista mental e, durante toda a sua vida, você se movimenta para frente e para trás nesse espaço, assim como faz com a saúde física.”

Não importa onde as pessoas estejam, seus estados de espírito vão com elas a todos os lugares – o que inclui o local de trabalho, onde, muitas vezes, elas gastam até um terço de suas vidas. Como a saúde mental existe nesse espaço, também é importante reconhecer que algumas pessoas ficam inaptas a trabalhar.

“Sabemos que a depressão é a causa número um de deserção no trabalho”, lembra Karl Shallowhorn, coordenador do programa de defesa e educação em saúde mental do Centro Comunitário de Saúde de Buffalo. “Outra questão é o presenteísmo, nome dado ao fenômeno de estar de corpo presente no ambiente de trabalho mas não ser produtivo.”

Embora as estimativas variem, um estudo descobriu que os Estados Unidos deixam de ganhar US$ 193,2 bilhões por ano devido aos problemas de saúde mental.

Enfrentar essa realidade é essencial para as organizações. Além de ser a coisa certa a se fazer pelos funcionários, ignorar a saúde mental no ambiente de trabalho pode trazer impactos negativos para os negócios.

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2. Os funcionários têm direitos relacionados à saúde mental no local de trabalho

Embora haja muitas coisas que os empregadores podem fazer para apoiar a saúde mental dos funcionários, existem, nos Estados Unidos, iniciativas que são obrigatórias e outras que são proibidas em casos como esses.

De acordo com a Equal Employment Opportunity Commission (Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego, em tradução livre), por exemplo, os empregadores não podem demitir funcionários, forçá-los a fazer pausas no trabalho ou rejeitar alguém para um cargo ou promoção com base em sua saúde mental. Além disso, devem prover acomodações ideais para pessoas nessa condição.

Ainda nos Estados Unidos, de acordo com a National Alliance on Mental Illness (Aliança Nacional sobre Doença Mental), os funcionários podem tirar até 12 semanas de licença não remunerada para lidar com crises psiquiátricas. Segundo a Lei de Paridade da Saúde Mental e de Equidade de Dependência, os planos de saúde norte-americanos devem incluir cobertura de saúde mental nos mesmos moldes da cobertura de saúde física.

Compreender os direitos pode ajudar a capacitar funcionários que necessitam de cuidados. Grande parte dos países possuem organizações e instituições que oferecem recursos relacionados a esses e outros direitos dos funcionários na questão da saúde mental.

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3. Consciência em saúde mental é a próxima onda de progresso social

Tanto os empregadores quanto a sociedade estão, finalmente, tornando-se mais conscientes da necessidade de abordar a saúde mental. “Vemos esse tema como a próxima fronteira de diversidade e inclusão”, diz Kelly. “Direcioná-la para o local de trabalho ainda é bastante incomum, mas estamos, definitivamente, atingindo um ponto de inflexão.”

Um dos maiores passos que um empregador pode dar é mudar a cultura em torno das condições de bem-estar psiquiátrico, já que o estigma é a principal razão pela qual as pessoas não procuram tratamento.

“O objetivo é que as pessoas tenham confiança suficiente para pedir ajuda quando precisarem”, diz Howard.

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4. Conversas sobre saúde mental entre funcionários e gerência podem ajudar

Ninguém é obrigado a discutir sua saúde mental com um gerente e, em alguns casos, divulgar essas informações no trabalho pode não ser o melhor caminho a seguir. No entanto, uma conversa proativa pode ajudar alguns funcionários a obter o apoio de que precisam no ambiente profissional.

Howard recomenda incluir o departamento de recursos humanos e um gerente em uma conversa como essa – ou, se a empresa for pequena, o proprietário e uma terceira pessoa de confiança. É aconselhável estar preparado e levar um documento médico sobre o diagnóstico e sobre as recomendações de tratamento.

“Quando você solicitar adaptações para seu empregador, fale com confiança e diga a todos que isso ajudará a torná-lo um funcionário mais produtivo”, ensina Howard.

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5. Ignorar problemas de saúde mental no local de trabalho pode piorá-los

Funcionários que lidam com problemas de saúde mental se desdobram para encontrar o melhor plano de tratamento. Infelizmente, a luta deles pode piorar quando o local de trabalho não os apoia – como foi o caso de Howard.

No entanto, os empregadores podem oferecer recursos, programas e liderança cuidadosa para apoiar os colaboradores enquanto eles trabalham para cuidar e melhorar sua saúde mental. “Eu adoraria ver empresas começarem a ter grupos de ações para funcionários em torno da saúde mental”, diz Kelly.

Os líderes desempenham um papel enorme na remoção do estigma da saúde mental nos ambientes profissionais. Eles podem criar programas de treinamento – como primeiros socorros em casos de crises de saúde mental – e falar sobre suas próprias experiências.

“Os líderes seniores podem, por exemplo, contar seus próprios desafios e experiências ao lidar com algum familiar ou amigo com o problema”, sugere Kelly. “Eles podem tranquilizar os funcionários deixando claro que a empresa é um lugar onde eles podem ser eles mesmos e pedir ajuda quando precisarem.”

Howard descobriu esse tipo de suporte nos locais de trabalho por onde passou depois da primeira – e frustrada – experiência. Ele era liberado para um passeio ou para ir para casa caso sentisse um ataque de ansiedade se aproximar. Isso, muitas vezes, minimizava episódios específicos. Ao mesmo tempo, saber que ele tinha essas possibilidades fez com que tivesse menos crises.

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6. Muitos profissionais não sabem que têm acesso a programas de assistência ao funcionário

Um recurso comum que alguns empregadores oferecem para seus trabalhadores são os programas de assistência. Infelizmente a oferta é, normalmente, subutilizada. Em muitos casos, porque os próprios funcionários não estão cientes de sua existência ou não sabem que podem ser acessados ​​pelo telefone.

“Esses programas fornecem suporte confidencial aos profissionais, o que significa que nenhuma informação compartilhada pelo indivíduo será passada à empresa”, diz Shallowhorn.

Normalmente, os funcionários acessam esses programas por meio de um número de telefone, que não é divulgado ao empregador. O atendimento inclui sessões de aconselhamento gratuitas e podem até realizar encaminhamentos para um setor de tratamento de saúde mental, se necessário.

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7. Condições de saúde mental são amplamente tratáveis

Oferecer recursos como os programas citados acima vale a pena porque resulta em pessoas que acessam dos quais precisam, o que, por sua vez, leva a melhores resultados e a funcionários mais produtivos.

Vamos usar Shallowhorn como exemplo. Ele fala sobre saúde mental no trabalho e usa seu próprio transtorno bipolar para destacar, durante suas apresentações, os resultados positivos das doenças mentais crônicas bem tratadas.

“Eu digo que uma em cada cinco pessoas vive com doenças mentais que podem ser diagnosticadas, e que eu sou uma delas”, conta. “Em um desses discursos, uma colega que havia estudado comigo na pós-graduação ficou de queixo caído. Ela não fazia ideia do meu problema.”

A história de Shallowhorn ressalta as muitas percepções erradas sobre as doenças mentais. Como coordenador do programa de educação do Centro Comunitário de Saúde de Buffalo e autor, ele também é um exemplo vivo do tratamento das condições crônicas mentais graves – e quão profissional e produtivo alguém pode ser com o apoio adequado.

A melhor maneira de alcançar tais resultados é ter os recursos e o suporte prontos para que os funcionários possam cuidar dos problemas de saúde mental o mais rápido possível. “A intervenção precoce é crucial”, explica Shallowhorn. “Assim as pessoas podem obter ajuda e retornar ou permanecer em suas posições profissionais.”

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8. Os funcionários que sofrem de transtornos mentais podem contribuir para melhorar e manter seu bem-estar no trabalho

Os locais de trabalho são lugares estressantes por natureza. Independentemente da atmosfera geral, os indivíduos podem desenvolver hábitos para ajudar a sustentar sua própria saúde mental. Isso inclui dormir e se exercitar o suficiente (por mais desafiador que isso possa ser às vezes) e consultar um profissional de saúde para identificar o melhor caminho a seguir.

Já no ambiente profissional, as pessoas que sofrem desse mal podem tornar sua situação mais confortável ao adotar medidas como fazer pausas, criar estratégias pessoais para identificar sinais de alerta a possíveis crises e se educar sobre recursos e ferramentas de ajuda disponíveis.

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9. A maioria das pessoas não sabe como reagir a uma emergência psiquiátrica

As emergências ligadas à saúde mental podem acontecer no trabalho, assim como em locais público ou em casa. “As pessoas sabem o que fazer se você cair”, diz Howard. “Mas se alguém tiver um ataque de pânico, elas começam a sussurrar. Ninguém sabe como ajudar.”

Mas existem soluções. Programas de treinamento – como o já citado sobre primeiros socorros – ajudam gerentes e funcionários a entenderem os sinais e sintomas de uma emergência mental em andamento, bem como a prestar socorro.

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10. Colegas de trabalho podem ajudar a manter a saúde mental uns dos outros

De acordo com a Associação Norte-Americana de Psiquiatria, os colegas de trabalho podem ajudar a criar uma atmosfera de apoio no ambiente profissional. Isso pode ser feito de várias maneiras.

Uma delas é prestar atenção às mudanças comportamentais dos colegas: eles estão aparentemente cansados, irritados ou tristes? Se notar alguma mudança, procure um lugar reservado e, gentilmente, mencione ao colega em questão que percebeu uma mudança em seu comportamento. Expresse seu desejo de saber se ele está bem. Ouça o que ele tem a dizer e ofereça qualquer recurso disponível que você conheça para ajudá-lo. “E, acima de tudo, não julgue. Trate todos com dignidade e respeito”, diz Howard.

Fonte: Forbes Brasil.
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