Imagem: Giro do Ciclismo
Por Valter Dohnert | Giro do Ciclismo
Desde o início deste ano, as organizações de ciclismo UCI (União Ciclística Internacional) e MPCC (Movimento por um Ciclismo Credível) têm intensificado o monitoramento do uso de um analgésico extremamente potente, o Tapentadol, devido a preocupações com sua utilização entre os ciclistas. A plataforma suíça Le Temps reportou que ambas as autoridades manifestaram sérias preocupações a respeito desse medicamento.
Tapentadol
O Tapentadol é um analgésico que atua no sistema nervoso central por dois mecanismos distintos: ele inibe a recaptação da norepinefrina, um neurotransmissor e hormônio encontrado no corpo, e também age como um opioide.
Desenvolvido pela primeira vez na década de 1980 pela empresa farmacêutica alemã Grünenthal, o Tapentadol foi aprovado nos Estados Unidos em 2008 e na Europa dois anos depois. De acordo com a UCI, este analgésico é dez vezes mais potente que o Tramadol, que foi proibido no ciclismo desde 1º de março de 2019.
Pressão sobre WADA
Em 1º de janeiro de 2024, o Tapentadol foi incluído na lista internacional de substâncias controladas. A UCI tem pressionado a agência mundial antidoping WADA (World Anti-Doping Agency) para que o Tapentadol seja totalmente proibido.
Segundo relatos, a UCI solicitou e obteve permissão da WADA, no final de 2023, para adicionar o Tapentadol ao programa de controle antidoping, com o objetivo final de banir completamente o medicamento.
O presidente do MPCC, Roger Legeay, confirmou ao jornal francês Le Temps, que a organização está pressionando a WADA para proibir o Tapentadol. Legeay enfatizou a necessidade de uma ação rápida, lembrando que levaram doze anos para incluir o Tramadol na lista de substâncias proibidas. “Esperamos que as autoridades atuem mais rapidamente desta vez”, afirmou o francês.
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