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Imagem gerada por IA - ChatGPT

 

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com instituições acadêmicas de Portugal e Moçambique e com financiamento da Fundação Bill e Melinda Gates, está desenvolvendo um sistema de inteligência artificial (IA) para tornar a prescrição de medicamentos mais acessível e compreensível para a população. O projeto visa reduzir erros de medicação e facilitar a compreensão das recomendações médicas, especialmente entre grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas com baixa escolaridade e pacientes com deficiências visuais ou auditivas.

 

Uma IA para democratizar a prescrição de medicamentos

O sistema será implementado inicialmente na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo que médicos, dentistas, enfermeiros e outros profissionais de saúde utilizem a tecnologia para gerar orientações personalizadas para os pacientes. De acordo com a coordenadora do projeto, professora doutora Zilma Nogueira Reis, da Faculdade de Medicina da UFMG, a iniciativa busca humanizar o processo de prescrição ao adaptar a linguagem das receitas ao nível de compreensão do paciente.

“O sistema do SUS é excelente, mas a linguagem técnica das prescrições pode ser um obstáculo para parte da população. Queremos que a IA auxilie os pacientes a entenderem como usar seus medicamentos corretamente, prevenindo erros que podem comprometer sua saúde”, explica Zilma.

A tecnologia desenvolvida é baseada em modelos de linguagem que foram treinados com um vasto acervo de textos e imagens validados por especialistas. A IA será capaz de gerar prescrições detalhadas e personalizadas, informando o paciente sobre como administrar o medicamento, como armazená-lo adequadamente e quais medidas de segurança devem ser tomadas. O sistema também leva em conta fatores como idade, escolaridade e região de residência do paciente para fornecer instruções adaptadas ao seu contexto sociocultural.

 

Impacto esperado e desafios

Erros de medicação são uma das principais causas de complicações de saúde no mundo, podendo levar a hospitalizações, sequelas permanentes e até mesmo óbitos. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pessoas sofrem anualmente devido a problemas relacionados ao uso incorreto de medicamentos.

O projeto da UFMG pretende minimizar esse problema ao garantir que os pacientes tenham acesso a informações mais claras e fáceis de entender. "Nosso objetivo é reduzir os erros que ocorrem não por negligência dos profissionais, mas por uma deficiência na comunicação entre prescritores e pacientes. Queremos garantir que o tratamento seja seguido corretamente, aumentando sua eficácia", destaca Zilma.

No entanto, a implementação da IA também enfrenta desafios. A integração do sistema com as plataformas digitais do SUS, o treinamento dos profissionais de saúde e a aceitação dos pacientes serão aspectos críticos para o sucesso da iniciativa. Além disso, preocupações relacionadas à segurança dos dados e à ética no uso da inteligência artificial na saúde também estão sendo debatidas pelos pesquisadores.

 

Perspectivas futuras

Com um protótipo funcional já em fase de testes, a IA será aplicada inicialmente em unidades de atenção primária do SUS, em parceria com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Caso os resultados sejam positivos, a tecnologia poderá ser ampliada para outras áreas da saúde e exportada para outros países lusófonos, onde barreiras linguísticas e dificuldades no acesso a informações médicas também são desafios significativos.

A iniciativa reforça o papel da UFMG como um centro de excelência em pesquisa e inovação na saúde pública. Ao aliar tecnologia e acessibilidade, a inteligência artificial para prescrição de medicamentos pode se tornar um modelo para outras nações que buscam tornar seus sistemas de saúde mais eficientes e inclusivos.

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