Ultrapar tem perda no 4º tri com baixa na Extrafarma

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Valor Econômico 
Jornalista: Stella Fontes

20/02/20 - Uma baixa contábil de quase R$ 600 milhões na Extrafarma, rede de varejo farmacêutico que tem lutado para reverte o baixo desempenho, levou a Ultrapar a registrar prejuízo líquido atribuível aos acionistas da companhia de R$ 266,5 milhões no quarto trimestre. E acabou ofuscando a melhora de desempenho da Ipiranga, principal negócio do grupo Ultra, que vendeu menos em volume mas entregou margens melhores.

O prejuízo anunciado ontem à noite não era esperado pelo mercado. Analistas do Goldman Sachs, Bradesco BBI, Safra, BTG Pactual, Santander e Credit Suisse projetavam lucro médio de R$ 325,2 milhões.

A perda trimestral se compara a lucro de R$ 507,6 milhões um ano antes e é explicada principalmente pelo “impairment” no ágio da aquisição da Extrafarma de R$ 593,3 milhões. Houve ainda baixa de ativos da Oxiteno Andina, de R$ 14 milhões, e sem considerar os eventos não recorrentes, o grupo teria registrado lucro de R$ 141 milhões, queda de 36%.
há uma hora Empresas.

De outubro a dezembro, a receita líquida da Ultrapar subiu 0,8%, a R$ 23,66 bilhões, e o lucro bruto ficou em R$ 1,64 bilhão, acima dos R$ 1,56 bilhão apurados no quarto trimestre de 2018. Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), considerando-se o ajuste à norma contábil IFRS 16, somou R$ 362 milhões, com queda de 63,6% - sem as baixas, o resultado teria subido 20%, a R$ 968,8 bilhões.

Em termos operacionais, Ipiranga, Ultragaz e Ultracargo registraram melhora no trimestre, enquanto Oxiteno e Extrafarma tiveram piora. Na distribuidora de combustíveis, o Ebitda subiu 11% na comparação anual, para R$ 631 milhões, e a margem Ebitda ajustado ficou em R$ 114 por metro cúbico, contra R$ 92 um ano antes. O volume total de venda de combustíveis caiu 1%, para 6,11 milhões de metros cúbicos - enquanto houve queda de 2% no diesel, as vendas do ciclo Otto (gasolina e etanol) subiram 1%.

A compra da Extrafarma foi anunciada em outubro de 2013 ao preço de R$ 1 bilhão, pago por meio da emissão de ações da Ultrapar em favor dos vendedores, que receberam o equivalente a 2,9% dos papéis da holding.

Após a compra, a estratégia foi acelerar a expansão da rede de farmácias, que já era a 8ª maior do país em número de lojas e a 9ª em faturamento. Apesar dos gastos de implantação, o plano não foi bem sucedido e, nos últimos trimestres, a Extrafarma iniciou um processo de fechamento das lojas de baixo desempenho.

No quarto trimestre, a rede teve Ebitda negativo de R$ 603 milhões considerando-se a baixa contábil. Sem o “impairment”, o Ebitda ficou negativo em R$ 36 milhões, contra R$ 15 milhões negativos um ano antes. A Extrafarma encerrou 2019 com 416 lojas, diante de 29 aberturas e 46 fechamentos, redução de 4% na base.

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