Correio Braziliense
Jornalista: Indefinido
06/11/19 - Diagnosticar tumores cerebrais não é simples. Eles tendem a apresentar sintomas ambíguos, como dor de cabeça e problemas de memória, e uma varredura cerebral é atualmente a única maneira confiável de identificá-los. O procedimento, porém, é pouco acessível. A combinação de um exame de sangue e um programa de inteligência artificial (IA) poderá simplificar essa etapa.
A abordagem foi apresentada na Conferência do Instituto Nacional de Pesquisa do Câncer do Reino Unido em Glasgow, Reino Unido. Segundo os criadores, ela tem como base a espectroscopia de infravermelho, para examinar a composição química do sangue de uma pessoa. A IA, por sua vez, ajuda a detectar pistas químicas lançadas por tumores cerebrais no sangue do paciente.
Em experimento com amostras colhidas de 400 pessoas com possíveis sinais da doença, o exame identificou corretamente 82% dos tumores cerebrais. Também detectou 84% das pessoas que não tinham a enfermidade, o que significa que ele apresenta baixa taxa de falsos positivos. No caso da forma mais comum de tumor cerebral, o glioma, o teste teve 92% de precisão na identificação de quais pessoas tinham a doença.
Segundo Paul Brennan, professor da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, e um dos líderes da pesquisa, atualmente, 62% das pessoas são diagnosticadas apenas quando chegam às emergências de hospitais. Por isso, a possibilidade de uma intervenção anterior é tão importante para médicos e pacientes.
“Como a técnica requer apenas uma pequena amostra de sangue, oferece o potencial de testar um grande número de pessoas com sintomas suspeitos e dá a melhor indicação de quem precisa de uma tomografia cerebral urgente. Isso pode acelerar o diagnóstico, reduzir a ansiedade e fazer com que pacientes sejam tratados o mais rápido possível”, justifica. Na próxima etapa da pesquisa, será aplicado o teste em mais 600 pacientes encaminhados para se submeter a uma tomografia cerebral devido à suspeita de tumor.
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