A Unicamp vai ser incluída em um estudo internacional para avaliar os efeitos de um medicamento, usado para tratamento do diabetes, na redução de problemas cardíacos. A primeira etapa da pesquisa foi realizada no Canadá pelo professor da Universidade de Toronto David Mazer, que esteve na manhã desta quarta-feira (23) na instituição de Campinas (SP) para detalhar os novos testes e como a universidade vai agir na ampliação do projeto.
De acordo com Mazer, que especialista em anestesiologia e fisiologia, a segunda fase da pesquisa vai incluir 160 pacientes em Toronto, Campinas e Taiwan. O objetivo de realizar o estudo em três continentes é para contemplar pessoas com diferentes quadros clínicos e que vivem em ambientes distintos. A parte dos testes na América Latina será desenvolvida toda na Unicamp, comandada pelo professor de cardiologia da universidade Otávio Rizzi Coelho Filho.
O medicamento que será testado é a empaglifozina, que tem como objetivo prioritário reduzir os níveis de açúcar no sangue de pacientes com diabetes. Na primeira etapa da pesquisa em Toronto, o grupo comandado por Mazer estudou como o remédio age na parte cardíaca e percebeu que ele tem a capacidade de fazer a redução da massa ventricular, ou seja, diminuir o tamanho do órgão para quem tem pressão alta e aumento no coração.
A descoberta pode causar uma redução no número de óbitos por problemas cardíacos. Na fase do estudo no Canadá, o objetivo foi pacientes com diabetes. Agora, a pesquisa vai observar a ação do remédio em pacientes sem a doença.
“Queremos analisar como esse remédio atua no coração e agora em pacientes sem diabetes. Vamos ampliar o estudo, agora na Ásia e na América Latina, com o auxílio da Unicamp, para aprofundar a análise dos efeitos causado por essa droga. Esperamos ter resultados conclusivos em dois anos”, explicou Mazer.
Como os testes serão feitos?
Dos 160 pacientes contemplados nesta nova fase da pesquisa, pelo menos um terço fará os testes na Unicamp. De acordo com o professor Otávio Rizzi Coelho Filho, os pacientes estudados possuem problemas cardíacos e fazem tratamento no Hospital de Clínicas (HC) da universidade. A previsão é que o trabalho comece em seis meses.
“Depois do início do processo, os testes serão realizados por mais seis meses. Vamos observar como o coração do paciente reage, por meio de imagens com ressonância, para ver se houve redução do peso do órgão”, disse o médico.
Fonte: G1
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