Unilever e Nestlé elevam preços e vendas

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Duas das maiores empresas de produtos de consumo do mundo, Unilever e Nestlé, informaram crescimento das vendas. Uma onda de inflação em muitos países as encorajou a elevar os preços. O novo poder de fixação de preços representa uma injeção de confiança em todo o setor, que enfrentou problemas, nos últimos anos, diante da acirrada concorrência e da rápida mudança dos hábitos do consumidor.

A Unilever, fabricante da maionese Hellmann’s e do sabonete Dove, informou ontem que suas vendas no terceiro trimestre cresceram 3,8%, com uma alta de preços de 1,4%. A Nestlé, que produz o chocolate Kit Kat e o café Nescafé, relatou expansão de 2,9% das vendas orgânicas no trimestre, com alta de 0,9% nos preços. Os dados de ambas as empresas excluem o impacto das variações cambiais e das aquisições e alienações. Nenhuma das duas divulgou cifras dos lucros.

As empresas revelaram que estão elevando os preços a fim de neutralizar os efeitos da alta dos custos, ao mesmo tempo em que tentam migrar os consumidores para produtos mais caros. A Unilever disse que está cobrando mais por seus produtos de higiene e beleza devido à alta dos preços do petróleo e dos produtos químicos. A empresa também se beneficiou com o lançamento de novos produtos mais caros, como um musse para cabelos da marca Dove. A Nestlé disse ter aumentado os preços da água mineral nos EUA a fim de refletir a elevação dos custos de embalagem e distribuição. Sua cesta de preços também foi aquecida por novos produtos à base de água gaseificada.

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Muitas fabricantes de produtos de consumo enfrentaram dificuldades, nos últimos trimestres, para elevar os preços, em meio à fraca inflação, à crescente eficiência da Amazon em vender mais produtos básicos de consumo doméstico e à queda da fidelidade a marcas, num momento em que os consumidores usam a web para fazer compras. A migração para varejistas de baixo preço (bazares de produtos baratos, majoritariamente de US$ 1, em todo o território dos EUA até empresas europeias de descontos, com a alemã Aldi), deprimiu ainda mais os preços. Mas a inflação está mudando esse quadro. “A combinação dos aumentos das commodities com a valorização do dólar dos EUA está mesmo injetando muita inflação no nosso mercado”, disse Graeme Pitkethly, diretor financeiro da Unilever. “Vejo o preço desempenhando o papel de principal recurso de todo o setor por todo o resto deste ano e em 2019.”

Após anos de preços ao consumidor em queda ou estagnados, a inflação registrada por alguns mercados relevantes se aproximou de um ponto ótimo em que as empresas podem aumentar os preços, sem que ela seja tão alta a ponto de provocar a alta acelerada das taxas de juros, que prejudicaria os consumidores. “Há algumas tendências inflacionárias que vão nos ajudar” e durar “até 2019 e além”, disse ontem, Mark Schneider, CEO da Nestlé.

O alto grau de confiança do consumidor dos EUA, os salários crescentes e a baixa taxa de desemprego também estão fortalecendo a confiança dos executivos de que os consumidores continuarão a gastar, apesar da alta dos preços. A Kimberly-Clark, fabricante das fraldas Huggies e dos lenços de papel Kleenex, disse em agosto que estava elevando seus preços na América do Norte a fim de neutralizar os efeitos da alta dos custos das commodities. A empresa divulgará seus resultados do terceiro trimestre na semana que vem.

A média dos preços nos EUA para produtos de consumo doméstico monitorados pela provedora de dados Nielsen subiu 2,7% no período de quatro semanas encerrado no dia 29 de setembro, enquanto os produtos de higiene e beleza subiram 1,9%. Tanto a Unilever quanto a Nestlé elevaram os preços nos EUA durante o último trimestre, embora os aumentos tenham sido maiores nos mercados emergentes. As duas empresas reduziram os preços na Europa Ocidental.

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Nos mercados desenvolvidos, segundo a Unilever, as vendas no terceiro trimestre subiram 1,3%, puxadas, principalmente, por aumentos de volume. As vendas nos mercados emergentes deram um salto de 5,6%, na medida em que a Unilever conseguiu elevar os preços em 2,1%. Os resultados excluem os preços praticados na Argentina, que passa por um período de hiperinflação. A Unilever disse que conseguiu aumentar os preços no Brasil pela primeira vez nos últimos três trimestres.

Outros mercados como o México e a Indonésia também tiveram altas de preços. No total, as vendas do terceiro trimestre da Unilever alcançaram 12,5 bilhões de euros (US$ 14,4 bilhões). Pitkethly, seu diretor financeiro, disse que investir em marcas foi fundamental num ambiente de inflação para garantir que os volumes continuassem a crescer apesar de a empresa elevar os preços. “Temos de promover a variação dos preços, mas mantendo o volume em primeiro lugar”, disse ele. “A verdadeira prova da força de uma marca é a capacidade de fixar o preço e de dar um grau de proteção contra a inflação.”

A Nestlé, sediada na Suíça, disse que as vendas do terceiro trimestre totalizaram 22,5 bilhões de francos suíços. A receita foi refreada em parte pela força do franco suíço em relação às moedas dos mercados emergentes, o que enfraqueceu as vendas no exterior ao serem convertidas em francos suíços.

Fonte: Valor Econômico

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