USP reproduz novo coronavírus em laboratório

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O Globo

Jornalista: Rodrigo de Souza

07/03/20 - O Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICBUSP) conseguiu isolar e reproduzir em laboratório o coronavírus Sars-CoV-2, o causador da Covid-2019. Os pesquisadores obtiveram as amostras dos dois primeiros brasileiros diagnosticados coma doença, pacientes do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo.
 
Segundo a Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo (Fapesp), as amostras serão distribuídas para grupos de pesquisa e laboratórios públicos e privados em todo o país. O objetivo é ampliar a capacidade diagnóstica da rede de saúde brasileira, e também avançar nos estudos sobre o novo vírus no Brasil.

Amostras do Sars-CoV-2 têm servido como critério de controle positivo em redor do mundo. Como o novo coronavírus surgiu no exterior, o Brasil até agora teve de importar as amostras da Europa e dos Estados Unidos. Cada ampola custava entre R $12 mile R $14 mil.

— O custo agora caiu para cerca de R$40,queéov alor de um envio pelos Correios — diz Edilson Luiz Durigon, professor do ICB-USP e coordenador do projeto.

O pesquisador informou que vários pedidos da amostra cultivada já foram feitos. Ampolas serão enviadas nos próximos dias para a USP de Ribeirão Preto, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e para alguns laboratórios particulares, como o Dasa.

Segundo Durigon, o vírus também poderá ser usado em um kit para diagnóstico que o Ministério da Saúde distribuirá para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) em todo o país. Assim, todos os estados estarão aptos a realizar o diagnóstico.

A Saúde estima que em 20 dias todos os estados terão acesso aos kits. Por enquanto, só quatro laboratórios públicos de referência podem fazer o diagnóstico: o Instituto Adolfo Lutz (São Paulo), o Instituto Evandro Chagas (Pará), a Fiocruz (Rio) e o Laboratório Central de Goiás, capacitado por ocasião da vinda dos brasileiros repatriados da China. A Fapesp, que apoia o projeto, confirma que os vírus serão transportados inativados, ou seja, sem a capacidade de infectar células, e em temperatura ambiente. O novo vírus já afeta 90 países no mundo. O número de pessoas infectadas ultrapassou a marca de 100 mil ontem, segundo levantamento da Reuters. O cálculo leva em conta relatórios dos ministérios da Saúde nacionais e autoridades de cada país.



A China lidera, com 81.667 casos registrados, seguida da Coreia do Sul, com 6.593 contágios. O Irã, no Oriente Médio, também viu o número de infecções explodir nas últimas semanas: até o momento, segundo estatísticas, são 4.747 casos. A Itália, maior epicentro da Covid-19 na Europa, tem 3.296 casos.

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças da União Europeia, 3.385 pessoas morreram pela Covid-19 desde o início da epidemia global, a maior parte na China (3.044). Ontem foram confirmados os primeiros casos no Vaticano, Peru, Colômbia, Togo, Butão, Camarões, Eslováquia e Sérvia.

Para efeitos de comparação, a Síndrome Aguda Respiratória Grave (Sars), que também surgiu na China em 2003 a partir de um coronavírus, causou 8.098 infecções e 774 mortes ao redor do mundo.

*Estagiário, sob orientação de Rafael Garcia

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