Varejo farmacêutico espera maior estabilidade em 2024

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Farmácias estão aumentando seus espaços físicos para ampliar sua oferta de produtos não medicamentosos - Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay

 

Setor deve passar por diversas mudanças atreladas ao comportamento do consumidor; produtos não medicamentosos seguem como tendência

 

O ano de 2024 promete ser marcado por um cenário de estabilidade no varejo farmacêutico. O setor deve passar por um período sem crescimento expressivo e com reajustes de preços dos medicamentos inferiores ao observado no ano anterior. É o que revela o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e da Farmarcas, Edison Tamascia.

Ele também destaca a transformação que está ocorrendo no comportamento do consumidor e nos meios e formas de compra. Tamascia relata que apenas alguns grupos do varejo farmacêutico estão conseguindo aderir a essa mudança. “Parte do varejo, mesmo que quisesse, não teria disponibilidade de ferramentas e sistemas, e quando as encontram, são inacessíveis do ponto de vista de preço”, avalia.

Assim, para o dirigente, o atual exercício deverá ser marcado por um mercado segmentado, dividido entre dois tipos de empresas: aquelas que se destacaram em função da tecnologia e por compreender a importância e usabilidade das ferramentas e as que, apesar de identificarem essa importância, não terão a estrutura e conhecimento necessários para utilizar os recursos tecnológicos a favor do negócio.

 

Produtos não medicamentosos

Outra tendência observada pelo presidente da Febrafar e da Farmarcas é a de as farmácias aumentarem seus espaços físicos para ampliar sua oferta de produtos não medicamentosos, visando maior lucratividade. “A venda desses produtos, especialmente dos setores de perfumaria, higiene, beleza e dermocosméticos, está se tornando cada vez mais relevante”, afirma.

Segundo Tamascia, algumas farmácias estão ampliando o espaço das lojas e diversificando o mix de produtos, incluindo itens de conveniência, antecipando uma tendência de mercado.

Para ele, essas mudanças oferecem uma grande oportunidade de crescimento para o associativismo, principalmente no mercado independente, que tem nesse modelo um caminho para se estruturar. “Os desafios não serão maiores nem menores, apenas diferentes. E isso reforça a necessidade do pensamento coletivo para potencializar as conquistas”, declara.

 

A importância de Minas Gerais para o mercado farmacêutico

O presidente da Febrafar e da Farmarcas destaca que o mercado mineiro possui duas características fundamentais e distintas. A primeira é sua representatividade no mercado farmacêutico nacional, por se tratar do segundo maior estado brasileiro no quesito demanda, ficando atrás apenas de São Paulo.

Já o segundo ponto importante desse mercado, na visão de Tamascia, é sua relevância geográfica, já que Minas Gerais é um dos maiores estados do Brasil e aquele com a maior quantidade de municípios. No entanto, uma das consequências dessa grandeza é uma maior dificuldade no serviço de distribuição. “O desafio de o medicamento chegar no Estado todo não é uma coisa simples”, pontua.

Além disso, Minas também apresenta diferenças na questão econômica, com algumas regiões sendo mais desenvolvidas se comparadas com outras. “O Triângulo Mineiro, por exemplo, tem um nível de desenvolvimento altíssimo, um PIB altíssimo, comparado com a Zona da Mata, comparado com o Norte de Minas. São desafios bastante distintos e diferentes”, completa.

Ele também lembra que a situação das estradas mineiras é outro fator que gera muita dificuldade para o setor no Estado. Mesmo assim, Tamascia afirma que os players do setor em Minas Gerais tem feito um bom trabalho para atender esse mercado. “Eu vejo que o mercado tem feito isso com muita maestria, seja na questão dos distribuidores nacionais, assim como a distribuição local, que é muito forte. Além do trabalho muito forte também da indústria farmacêutica com sede no estado de Minas Gerais”, destaca.

O especialista ressalta que Minas é um mercado relevante para a indústria farmacêutica, para distribuição e para o mercado como um todo. “O mercado é grande, o segundo maior do País, um mercado desafiador, mas um mercado pujante”, afirma.

 

Desafios enfrentados em 2023

Em 2023, o mercado nacional não atingiu o crescimento esperado por alguns especialistas da área e se mostrou um período desafiador para o varejo farmacêutico. No entanto, Tamascia ressalta que o ano foi de muitos aprendizados e de descobertas de novas tendências no setor.

Ele lembra que os dois anos anteriores foram de forte crescimento, impulsionado principalmente pela pandemia. Já o último ano foi muito desafiador em termos de desempenho, com um segundo semestre com resultados abaixo das expectativas. “No entanto, encerramos o ano com crescimento de aproximadamente 10%, superando o PIB (Produto Interno Bruto) e outras métricas que analisam o mercado nacional”, ressalta.

Tamascia ainda pontua que a Febrafar registrou elevação de 40% acima da média do mercado no período, evidenciando uma performance sólida, mesmo diante dos desafios.

Conforme os dados do setor, no geral, 2023 foi marcado por desempenho positivo para a maioria dos segmentos, mas alguns subcanais enfrentaram desafios significativos. O especialista destaca o setor independente, que registrou crescimento, porém muito abaixo da média do mercado, assim como as redes regionais.

“O ano foi marcado também por recuperações judiciais, especialmente no varejo e na distribuição, indicando que empresas com dívidas elevadas e sustentadas por altas taxas de juros enfrentaram dificuldades. Esse cenário é preocupante, pois sugere que o setor está enfrentando dificuldades”, conclui.

 
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