O final do ano de aproxima. Você, que está se formando num curso de Farmácia, logo estará pronto para atuar na área para a qual tanto se preparou! Foram dias, meses, anos debruçados em livros e outras mídias na busca pelo conhecimento necessário para ser um excelente farmacêutico. Seu caminho foi longo...por isso você pode até achar que, com o final do curso, será o momento de descansar..puro engano! Agora você deve pisar no acelerador e entrar no mercado de trabalho. Comece sua busca já...assim, as chances de sucesso serão maiores.
Desde 2002, os cursos de graduação em Farmácia são estruturados em uma grade curricular de cunho generalista, com visão humanista, e que deve preparar o aluno para o exercício de atividades referentes aos fármacos e aos medicamentos, às análises clínicas e toxicológicas e ao controle, produção e análise de alimentos. Assim, durante a graduação, e principalmente na fase dos estágios, o aluno já pode ter uma noção sobre com qual dessas áreas apresenta maior afinidade: laboratorial, varejo farmacêutico, industrial ou mesmo a acadêmica, como o ensino e a pesquisa.
Há áreas mais atrativas que outras para os farmacêuticos recém-formados. A escolha de onde atuar está intimamente relacionada ao perfil do profissional, as suas habilidades, expectativas, identidade com o público, posicionamento mais técnico ou mais humanista, gostos e identidade, entre outros fatores.
De forma positiva, a área das Ciências Farmacêuticas apresenta uma vasta gama de opções de atuação, e qualquer que seja a modalidade escolhida, o profissional poderá seguir também a carreira acadêmica em faculdades e universidades e centros de pesquisa públicos ou particulares. Vale lembrar que o farmacêutico tem sido cada vez mais solicitado em inúmeros segmentos da área da saúde.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">De acordo com a professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia Escola da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti, durante a graduação é dada aos alunos a oportunidade de se engajar em estágios que ampliam o horizonte no entendimento das atividades pertinentes à profissão farmacêutica. “Certamente, o estágio é a maneira mais prática e real de vivenciar áreas diferenciadas da profissão, e a partir da experiência adquirida, o aluno poderá direcionar o que deseja em termos de atuação depois de formado”.
Ela diz que é comum os professores abordarem as áreas de atuação em sala de aula e a importância da interdisciplinaridade para a formação do aluno. Os cursos de Farmácia costumam promover as denominadas Semana Farmacêutica em que convidam profissionais já posicionados em diversas áreas do mercado farmacêutico para expor seu conhecimento, ampliando, ainda mais, o conhecimento dos formandos sobre as possíveis alternativas para a inserção no mercado de trabalho.
“A graduação é um ciclo de vida, assim como foram o ensino fundamental e o ensino médio. Normalmente, todo final de ciclo é complicado por si só, então, se o jovem não vislumbrou possibilidades quanto à sua atuação futura, ou mesmo não se dedicou em conhecer outras áreas, a situação contará, certamente, com uma carga adicional de muita indecisão e estresse.
Dicas para chegar lá
O primeiro passo para exercer a profissão farmacêutica é se inscrever no conselho regional de farmácia, o CRF, conforme Lei 3.820/60, art. 13º, que diz que somente aos membros inscritos nos CRFs será permitido o exercício de atividades profissionais farmacêuticas no País. Para isso é necessário ter concluído e colado grau em curso superior de graduação em Farmácia, reconhecido pelo Ministério da Educação. A inscrição definitiva será disponibilizada apenas quando o recém-formado já estiver de posse do diploma ou da inscrição provisória.
Segundo o farmacêutico diretor-executivo do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Eugenio Muniz, o farmacêutico sai das universidades e faculdades muito imaturos, o que pode ser observado durante o processo seletivo, em vagas de emprego, entre os farmacêuticos iniciantes: “Não existem regras a serem seguidas pelos recém-formados, o que observo são possibilidades e um universo infinito de oportunidades para profissionais que são determinados e que possuem a versatilidade da adequação às exigências do mercado, ou seja, este profissional, por mais imaturo que esteja, necessita ter claro o que quer e onde deseja chegar”.
Durante a vida acadêmica o estudante de farmácia deve marcar, dentro do escopo profissional, quais as áreas que mais o agradaram e que foram objeto de estudo, pesquisas, trabalhos acadêmicos, além dos estágios realizados. Após todo este aparato situacional vivenciado na academia, é necessário estabelecer um plano claro, objetivando concentrar perspectivas, ou seja, montar uma breve lista de trabalhos realizados, de congressos, seminários, workshops, palestras, empresas em que se estagiou, pessoas que admira dentro da profissão e players bem-sucedidos. Para Muniz, é necessário visualizar todo o ambiente profissional vivenciado e finalmente identificar os segmentos que mais chamaram a atenção e os que promoveram as melhores sensações. Essas dicas não são exclusivas para os recém-formados, mas devem ser consideradas também por profissionais que desejam mudar de área ou que necessitam de novas oportunidades.
O diretor afirma que as possibilidades dentro da profissão farmacêutica são muitas. Atualmente há 78 áreas possíveis de atuação, segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF). No entanto, ele afirma que as farmácias comunitárias - farmácias e drogarias - possuem uma capilaridade nacional e um amplo poder de empregabilidade. Assim, os farmacêuticos são solicitados em inúmeros segmentos da área de saúde e afins.
“Em farmácias de manipulação somos responsáveis pelas formulações, pelo controle de qualidade das matérias-primas, pelo controle de qualidade dos produtos manufaturados e pela unicidade da formulação. Nos laboratórios de análises clínicas realizamos exames clínico-laboratoriais, toxicológicos, dentre outros”, cita o executivo.
Na indústria farmacêutica de medicamentos e alimentícia o farmacêutico participa da linha de produção, do controle de qualidade, da conservação e acondicionamento das matérias-primas e da qualidade do produto final, evitando as não conformidades. Eles atuam também nas Vigilâncias Sanitárias, onde desenvolvem um trabalho de cumprimento das legislações sanitárias, como também atua no combate aos remédios falsificados, na garantia da qualidade dos medicamentos e dos alimentos industrializados.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">As farmácias comunitárias são as grandes detentoras da empregabilidade do profissional farmacêutico devido à exigência legal de um profissional durante todo seu funcionamento para garantir assistência farmacêutica à população. Esse segmento está sendo de vanguarda com a aprovação da lei 13.021/2014, em que as farmácias e drogarias tornaram-se unidades de prestação de assistência à saúde e não mais estabelecimentos comerciais - permitindo a atuação clínica do farmacêutico, gerando um controle na automedicação e um melhor esclarecimento à população.
Muniz defende que o profissional farmacêutico, ao sair de uma instituição de ensino superior, deve mergulhar em uma segmentação da profissão, na busca por pós-graduação e por cursos de atualização. “Ele não deve parar de estudar simplesmente com a graduação, para não se tornar refém do acaso e ter de aceitar o que lhe é oferecido, ou seja, contentar-se com pouco ou com o que lhe sobrou”, ressalta ele. É importante ao recém-formado planejar o futuro, vislumbrar qual posição deseja ocupar profissionalmente, em qual nível aquisitivo pretende se estabelecer e em quantos anos deseja ser reconhecido pelo mercado. Além disso, deve decidir se quer ser um empreendedor, um profissional liberal, consultor, acadêmico, gestor ou técnico, ou seja, precisa definir onde e como quer chegar para realizar seu plano profissional.
“Esta autoimagem será o diferencial na escolha profissional e fundamental para que se possa investir no que se gosta, pois, o retorno será certo no que se refere à qualidade de vida, projeção profissional e ganho financeiro”, conclui Muniz.
Passo a passo
1- Solicitar o diploma de graduação em farmácia junto à instituição de ensino;
2- Registrar o diploma no conselho regional de farmácia;
3- Solicitar a Carteira de Farmacêutico;
4- Desenvolver um bom currículo;
5 - Cadastrar o currículo nos bancos de empregos dos conselhos regionais de farmácia e sindicatos da categoria;
6 - Enviar currículos para empresas de recursos humanos;
7- Participar de redes sociais.
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