Reprodução/Instagram

Com mais de 1,6 milhão de visualizações no vídeo promocional, na última quarta-feira (8), a marca britânica “War Paint” anunciou a disponibilidade da sua linha de maquiagens exclusiva para homens. Na gravação, um homem musculoso e tatuado se maquia, finalizando o “tapa no visual” com um anel de caveira.

O que intrigou muita gente foi o nome da marca de maquiagens: “War Paint”. Em tradução livre, isso significa “pintura de guerra”, uma escolha que certamente mira no seu público alvo: os homens. O que fez muita gente se perguntar: precisa mesmo de tudo isso?

Isso porque a escolha do nome parece ser associada à guerra para tornar os produtos mais “másculos”.

Afinal, um homem que usa maquiagem precisa reafirmar sua masculinidade para aplicar base e corretivo no rosto? Fere tanto a masculinidade usar algo que sempre foi associado a vaidade e, consequentemente, mulheres?

Foram essas as reflexões propostas pela escritora Andi Zeisler, que usou o Twitter para levantar essa discussão sobre o projeto de beleza em questão.

“Não é água, é LIQUÍDO DA MORTE. Não é maquiagem, é PINTURA DE GUERRA. Não é um tampão de ouvido, é um PARAFUSO DE CRÂNIO. Não é um donut, é um BRONUT. Mas definitivamente é a masculinidade frágil”, escreveu ela ao compartilhar o vídeo, mencionando outras marcas que tiveram atitudes semelhantes.


Além de levantar esses questionamentos, Andi mencionou uma resposta da “War Paint” a um dos usuários, em que a marca reforça o desejo de “permitir que a maquiagem seja neutra em termos de gênero”.

“Nosso objetivo é permitir que a maquiagem seja neutra em termos de gênero e, para isso, também devemos ter marcas masculinas específicas”, comunicou.

A divulgação do produto ainda causou incômodo pelo fato de que o protagonista do vídeo, que representa o padrão de masculinidade, não é filmado enquanto passa os produtos, de fato, e com o rosto maquiado. O foco sempre está no que o “caracteriza como um homem”, como apontou @BRIawesome.

“Tipo, eles nem podem mostrar o homem realmente passando a maquiagem porque, meu Deus, isso não o faria parecer tão legal com seu anel de caveira e tatuagens descoladas”, escreveu.

Vale ressaltar que a criação de linhas de maquiagens específicas para homens não deve ser encarado como um problema, visto que é cientificamente provado como a pele masculina é mais oleosa. Mas precisa ser tudo tão “másculo” assim?

A indústria de cosméticos masculinos, avaliada em US$ 57,7 bilhões em 2017, está crescendo exponencialmente. De acordo com a consultoria “Research and Markets”, esse mercado deve atingir US$ 78,6 bilhões até 2023. Como bases hidratantes e bronzeadores, corretivos e delineadores de sobrancelhas – cosméticos propriamente ditos.

Fonte: UOL

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