Unidade brasileira da farmacêutica sul-africana Aspen Pharma projeta faturamento de R$ 590 milhões em 2021, alta de 20%, com aumento nas vendas de produtos como calmantes e antiácidos. Em três anos, a companhia investirá R$ 50 milhões na ampliação da fábrica no Espírito Santo e planeja exportar medicamentos
By Isto É Dinheiro
A frase “enquanto uns choram, outros vendem lenços”, espécie de slogan anticrise popularizado pelo publicitário Nizan Guanaes, traduz a guinada que grandes empresas tiveram de adotar durante o caos instalado pela pandemia nos últimos meses. Embora não venda lenços, o laboratório sul-africano Aspen Pharma produz itens tão úteis quanto: medicamentos para insônia e dores no estômago. Durante o isolamento social do ano passado, a companhia registrou crescimento de 40% nas vendas do fitoterápico Calman no País. As vendas do Leite de Magnésia de Philips, que respondem por 10% da receita do grupo, disparam 131% entre julho e setembro do ano passado, na comparação com o mesmo período de 2019.
Em um mercado de consumidores com mais azia e menos sono, a divisão brasileira da companhia registrou no ano fiscal de 2020 (junho de 2019 e junho de 2020) faturamento de R$ 490 milhões. Para 2021, a perspectiva é fechar com receita de R$ 590 milhões, alta de 20,4%. “O estresse cresceu a partir da necessidade de ficar em casa. E as pessoas foram buscar ajuda”, disse Alexandre França, CEO da Aspen Pharma no Brasil. “Isso contribuiu para que a gente tivesse um crescimento extraordinário.”
Dos quatro principais produtos, que somam 68% das vendas no Brasil, três são fabricados fora da unidade da farmacêutica em Serra (ES). São eles Calman, Leite de Magnésia e Magnésia Bisurada. Importado da Itália, o anestésico Diprivan é produzido pela AstraZeneca e representa 25% do faturamento. Desses, a empresa planeja trazer para o interior do parque fabril a Magnésia Bisurada — que responde por 7% das vendas totais — e até então vinha sendo produzido na fábrica da Pfizer no País. “A expectativa é de começar a produção na nossa fábrica até junho”, dise França.
Para isso, a companhia planeja investir, em três anos, R$ 50 milhões em tecnologia e ampliação da planta no Espírito Santo, antecipando o aporte que estava originalmente previsto para ocorrer em cinco anos. A aposta, segundo França, é de uma economia mais favorável a partir do segundo semestre, quando se espera um aumento significativo de vacinados no Brasil, no período que ele chamou de “um ano de seis meses em 2021”.
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