As empresas adoram falar de protagonismo, autonomia e adaptabilidade. Mas quando um determinado profissional procura se mover internamente, o que encontra? Barreiras. Silêncio. Processos nebulosos. Um sistema de reconhecimento do século XX.
O modelo linear de carreira morreu. Alguém avisou o RH ?
Hoje, quem deveria crescer é quem entrega, se conecta, transita entre áreas. Na prática, o reconhecimento continua preso a cargos, promoções formais e decisões concentradas nas mãos de um único líder. O mesmo líder que pode vetar sua movimentação, mesmo você sendo o melhor candidato.
Essa lógica trava carreiras e alimenta a cultura do medo: medo de perder desempenho, medo de perder controle, medo de perder talentos.
E sabe o que acontece? Os melhores saem. Vão buscar crescimento onde há espaço para se mover.
O custo é alto — e a mensagem é clara: para evoluir, é preciso sair.
Mobilidade interna virou promessa vazia.
Líderes pedem ousadia, mas não oferecem ferramentas. Falam em protagonismo, mas não abrem caminhos. E os profissionais mais experientes, que poderiam ocupar posições críticas, perdem a fé no sistema.
Quer fluidez de verdade? Então abandone o reconhecimento baseado na rigidez.
Valorize impacto, movimento, contribuição transversal. Dê visibilidade, projetos estratégicos, escopo ampliado. Mas com gestão clara e liderança comprometida.
Dados não mentem, um estudo da Gartner mostrou que empresas com alta mobilidade interna têm 2,3 vezes mais chances de manter colaboradores altamente motivados.
Reconhecimento não é só justiça — é estratégia. É retenção. É sustentabilidade.
Enquanto o discurso for fluído e a prática for engessada, o desencanto vai continuar vencendo.
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