Como se preparar para o futuro do trabalho

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Segundo o professor Fabricio Stocker, da FGV, é preciso acompanhar o futuro do trabalho e se projetar frente a ele

 

Saiba quais as habilidades mais importantes para se manter atualizado no mercado e acompanhar as mudanças com as transformações digitais

 

by Fernanda de Almeida | Forbes

 

O futuro do trabalho não está mais tão distante. As tendências que pensávamos ver em 10 ou 20 anos chegarão em breve, no curto prazo. É o que afirmou o consultor e professor da FGV (Faculdade Getulio Vargas) Fabricio Stocker em um webinar ontem (23) sobre como se preparar para as mudanças que virão. “Uma pesquisa recente mostra que 15% das atuais vagas de trabalho vão ser eliminadas até 2030. E outros estudos ainda falam que 50% das vagas estão correndo risco de serem não eliminadas, mas transformadas.”

O ambiente socioeconômico, político, tecnológico e até sanitário, com a pandemia, está fazendo a força de trabalho mudar. E, segundo o professor, é preciso acompanhar esse futuro e se projetar frente a ele.

Mundo VUCA

A expressão “Mundo VUCA”, que se refere a um mundo com volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, não é nova, mas assume um caráter diferente com as atuais mudanças a que estamos submetidos.

Fabrício mostra como os gestores e as organizações podem se preparar nesse cenário. Segundo ele, é importante ter uma liderança assertiva para diminuir a volatilidade, buscar dados e informações para tirar incertezas, ter um pensamento e visão sistêmica sobre todo o negócio, não apenas da sua área de atuação, e investir em inovação e agilidade.

O uso da tecnologia e a inteligência artificial trazem transformações e incentivam a flexibilidade no trabalho. “Há uma série de estudos que mostram o quanto a produtividade aumentou com o modelo de trabalho remoto”, diz ele, que também avalia que muitas empresas estão implantando o modelo híbrido para sustentar a cultura organizacional e promover o engajamento entre os funcionários. “São nos momentos de conversas paralelas que surgem ideias inovadoras.”

Frente a todas essas mudanças, ele cita o life long learning, que significa continuar buscando conhecimento durante toda a vida, como a chave para se manter atualizado no mercado. “Quanto mais eu estudo, mais eu acompanho as mudanças na sociedade e nas empresas e mais eu vejo que eu preciso continuar estudando.”

A atualização constante é essencial e Fabricio julga importante se colocar como protagonista da sua evolução no mercado de trabalho. Mas os gestores também têm responsabilidade. “Você deve fazer o autogerenciamento da sua própria carreira, mas os gestores têm um papel muito grande de estimular as suas equipes a buscarem aperfeiçoamento.”

Foco nas soft skills

As soft skills passam a ser ainda mais relevantes seguindo a tônica: “As pessoas são contratadas pelas suas habilidades e competências técnicas, mas, na grande maioria, são demitidas por suas competências sociais.”

Ou seja, você precisa ter um currículo, uma formação sólida e competências técnicas para entrar numa empresa e começar a carreira, mas precisa de habilidades sociais para continuar.

O professor elenca algumas das soft skills mais solicitadas pelo mercado hoje:

  • Foco na solução de problemas;
  • Decisões assertivas e éticas;
  • Cuidado com viés de julgamento;
  • Habilidades de comunicação;
  • Autogestão;
  • Colaboração;
  • Esclarecimentos sobre valores.

A carreira não é mais linear

O antigo conceito de linearidade na carreira mudou com a aceleração digital e a principal característica para os profissionais deve ser a resiliência. “E as pessoas precisam estar atentas não só ao mercado brasileiro, mas a tudo o que está acontecendo no mercado mundial.”

Com essa ideia de futuro do trabalho, até a apresentação do currículo mudou. “Algumas empresas nem pedem currículo, querem que você mande um vídeo falando sobre você.” Ele cita uma pesquisa da FGV com mais de 100 mil perfis no LinkedIn em que alguns foram selecionados para uma análise às cegas por executivos de RH. “Eles ficaram muito mais interessados em contratar profissionais com storytelling no minicurrículo, contando o que os movia dentro da empresa, seus propósitos, experiências em que tiveram resultados positivos e até mesmo as que tiveram resultado negativo.”

O storytelling, segundo ele, melhora o perfil e ajuda a criar uma marca pessoal. “A gente está muito mais interessado em pessoas criativas, inovadoras e resolutivas do que naquela linearidade que a gente já estava acostumado.”

E experiências fora do trabalho que podem ajudar em demandas profissionais, como voluntariado, por exemplo, também são bem-vindas no currículo do profissional do futuro.

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