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A gigante farmacêutica e agroquímica Bayer, com sede na Alemanha, anunciou nesta quarta-feira (6) uma nova rodada de demissões que totaliza cerca de 12 mil funcionários em cargos de tempo integral. A medida faz parte de um amplo programa de reestruturação que visa acelerar processos decisórios e enxugar a estrutura administrativa e gerencial da companhia. Informou a Reuters.


A decisão ocorre em um momento delicado para a multinacional, que enfrenta uma série de ações judiciais nos Estados Unidos relacionadas ao herbicida Roundup, acusado de causar câncer em usuários. A Bayer, que adquiriu a Monsanto em 2018 — fabricante original do produto — vem lidando com uma avalanche de processos e já reservou bilhões de dólares para lidar com os custos legais.

 

Reestruturação Profunda

O plano de reestruturação da Bayer não é novo, mas ganhou força em 2024, quando a empresa anunciou o corte de 7 mil postos de trabalho. Agora, com o novo balanço divulgado, o número total de demissões chega a 12 mil. Segundo o relatório trimestral, o número de funcionários globais da Bayer no final de junho era de aproximadamente 90 mil, considerando equivalentes em tempo integral.
A estratégia da empresa é clara: tornar-se mais ágil e eficiente em um cenário global cada vez mais competitivo e incerto. A redução de cargos administrativos e gerenciais é vista como uma forma de eliminar camadas burocráticas e acelerar a tomada de decisões, especialmente em áreas críticas como saúde e agricultura.

 

Pressão Judicial e Financeira

O impacto das ações judiciais nos Estados Unidos tem sido profundo. A Bayer já provisionou US$ 7,4 bilhões para lidar com os litígios relacionados ao Roundup. Na semana passada, a empresa anunciou uma nova reserva de 1,2 bilhão de euros (cerca de US$ 1,37 bilhão) para cobrir custos legais adicionais.
Apesar da pressão de investidores para dividir o grupo — seja vendendo a unidade de saúde do consumidor ou abrindo o capital da divisão agrícola — a Bayer reafirmou que não pretende realizar nenhuma cisão no momento. A decisão de manter o grupo unido reflete uma tentativa de preservar sinergias entre as áreas de atuação, mesmo diante de desafios financeiros e reputacionais.

 

Roundup: O Centro da Tempestade

O herbicida Roundup, à base de glifosato, está no centro da crise enfrentada pela Bayer. Diversos estudos e processos alegam que o produto pode estar ligado ao desenvolvimento de câncer, especialmente linfoma não-Hodgkin. Embora a empresa continue defendendo a segurança do produto, os tribunais norte-americanos têm sido palco de decisões desfavoráveis, com indenizações milionárias concedidas a vítimas.
A controvérsia em torno do Roundup não apenas afeta a imagem da Bayer, mas também levanta questões sobre o futuro da agricultura química e a responsabilidade das empresas em relação à saúde pública.

 

Impactos no Mercado e no Futuro da Empresa

As demissões em massa e os custos legais bilionários têm pressionado o desempenho financeiro da Bayer. A empresa, que já foi uma das mais respeitadas do setor farmacêutico e agrícola, agora enfrenta uma crise de confiança entre investidores e consumidores.
A reestruturação pode ser vista como uma tentativa de sobrevivência e adaptação a um novo cenário global, onde transparência, responsabilidade social e agilidade são cada vez mais exigidas. No entanto, o sucesso dessa estratégia dependerá da capacidade da Bayer de resolver seus problemas legais, recuperar sua reputação e inovar em produtos mais seguros e sustentáveis.

 

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