Geração Z busca melhores condições de trabalho, mas tem menos preparo.

Geração Z busca melhores condições de trabalho, mas tem menos preparo. Pixabay

 

Comportamento tem feito gestores modificarem as seleções. Algumas das dificuldades têm sido despreparo profissional

 

A discussão sobre o comportamento dos jovens diante da carreira volta à tona com a geração Z chegando ao mercado de trabalho. Pesquisa recente da Intelligent.com, com foco nos norte-americanos, mostra preocupação entre os gestores de RH: 58% dos diretores de companhias dizem que os recém formados não estão preparados e 38% dos entrevistados disseram que preferem contratar pessoas com um pouco mais de experiência por conta da postura em relação ao trabalho. Além disso, um a cada cinco leva um dos pais para as entrevistas.

Na outra ponta, a geração que está chegando ao mercado de trabalho durante e depois da pandemia da Covid quer trabalho flexível, redução de jornada e propósito.

Os nascidos entre o fim da década de 1990 e 2010 buscam ainda desenvolvimento e autonomia. Em tempos de TikTok, tem muita gente falando sobre as qualidades e características da geração com a hashtag #genz. "Você vai procurar um lugar que te deixe em estado de flow. Sabe aquele lugar onde tu vê que teu potencial está sendo explorado e cada vez mais você está conseguindo entregar e chegar ao seu potencial máximo?", diz um usuário da rede

Mas também tem quem critique a geração Z e a busca por sucesso rápido. Outra usuária diz que "se você não consegue ler um livro até o fim ou arrumar a cama, não tem como conquistar o mundo e abrir uma empresa própria".

Co-founder e CEO da Chiefs.Group, Luciana Carvalho, não vê a geração como imediatista. Ela ressalta que são pessoas que optam por mais colaboração ao invés da competitividade e que priorizam o equilíbrio entre vida pessoal e a profissional, além de terem mais apetite para o empreendedorismo.

 

"Definitivamente é leviano dizer que são pessoas que não querem trabalhar ou não querem responsabilidade. São pessoas extremamente engajadas, conectados, com senso de responsabilidade desde que estejam num ambiente onde haja flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional", pontua.

 

 

A 'ambição silenciosa'

No mesmo sentido, o movimento "quiet ambition" ou ambição silenciosa preocupa os gestores. Levantamento da revista Fortune mostra que só 4% dos funcionários consideram ser promovidos ao alto escalão de carreira. As principais metas desses jovens são passar mais tempo com família e amigos, viajar e saúde mental. Luciana Carvalho destaca que liderança remete à alta carga de trabalho e desequilíbrio com a vida pessoal, o que está longe da ambição de quem está chegando no mercado de trabalho:

 
"Eles já nasceram em um ambiente digital. Quando vão para o mundo físico e é aí que enfrentam uma problemática. Quando o recrutador começa a falar com eles, a preferência sempre será pelos trabalhos mais digitalizados exatamente porque é a realidade deles", ressalta.

 

Quanto a questões relacionadas a postura, o coordenador do curso de Administração do Ibmec São Paulo, Fabio Affonso, ressalta que esse não chega a ser um impeditivo para a contratação no país, mas confirma que a preferência pelo trabalho remoto pode ser um ponto de desafio para os recrutadores:

 

"Eles já nasceram em um ambiente digital. Quando vão para o mundo físico e é aí que enfrentam uma problemática. Quando o recrutador começa a falar com eles, a preferência sempre será pelos trabalhos mais digitalizados exatamente porque é a realidade deles", ressalta.

 

E a consultora de RH e idealizadora do podcast Papo de RH, Lucélia Ourique, diz que os jovens chegam ao recrutamento com muita informação, mas precisam estar atentos porque o mundo corporativo não é o TikTok e é "muito mais lento porque há cultura, pessoas, processos e resultados para atingir".

Outro ponto que incomoda os jovens são os métodos de recrutamento. Além de muitas etapas de seleção, a geração Z não vê sentido em perguntas como 'onde você se vê daqui 5 ou 10 anos', por exemplo.

Ainda que haja um movimento - pelo menos nas redes sociais - de rivalidade entre os millenials (nascidos entre 1980 e 1997) e a geração Z, esses grupos são parecidos. Especialistas concordam que muitos dos valores das pessoas na faixa dos 30 a 40 anos somente foram reforçados pelos mais jovens, como a valorização da diversidade nas organizações. Levantamento da ManPowerGroup mostra que juntas as duas gerações já são quase 60% da força de trabalho mundial.

 

Fonte: CBN
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