A dependência silenciosa dos remédios para dormir

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O uso frequente de remédios que induzem o sono, como a maioria dos benzodiazepínicos, e sedativos (que não têm esse papel, mas acabam fazendo-o), pode prejudicar a memória e reduzir as funções cognitivas, além de causar dependência. Abandoná-los exige paciência e mudanças no estilo de vida.

Usar um medicamento hipnótico por um mês já é considerado bastante tempo, embora comum em alguns casos de insônia e ansiedade. Para reduzir, a regra é ir devagar, já que muitas pessoas começam a tomar o medicamento em um caso extremo e não conseguem abandoná-lo por conta própria.

“Quem toma um por semana pode reduzir para um a cada dez dias. Reduzir abruptamente pode piorar os sintomas”, diz a neurofisiologista psiquiatra especialista em sono da PUCPR e da Sociedade Brasileira de Medicina do Sono, Gisele Minhoto.

Quando há um apego psicológico em relação a antialérgicos, “antigripais” ou mesmo antidepressivos que causam sonolência, o abandono pode ser completo e rápido, o que não pode ser feito com os benzodiazepínicos. “O problema é a pessoa ficar pensando que não conseguirá dormir sem remédio, o que gera ansiedade. Ocupar a cabeça antes de se deitar, com um livro ou filme em outro ambiente que não o quarto ajuda bastante”, diz Gisele.

Ansiedade antes de dormir

Insônia e ansiedade são sintomas comuns entre quem toma os remédios hipnóticos e sedativos, mas há fatores hormonais que podem alterar o sono como “o hipotireoidismo, a menopausa ou o excesso de hormônios na renal, que forma a feocromocitoma, tumores secretores formados pelas células da medula suprarrenal, mas são mais raros”, diz a vice-presidente do departamento de endocrinologia feminina e andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Ruth Clapauch.

“Nesses casos o despertar noturno é muito comum e a reposição hormonal ajuda a voltar ao Tomar unormal em questão de semanas”, diz ela.

A dependência silenciosa dos remédios para dormir


Os remédios hipnóticos são específicos para induzir o sono, como benzodiazepínicos (midazolam, estazolam, flurazepam, flunitrazepam) ou não benzodiazepínicos (zolpidem e zopiclona). Porém, muitos usam medicações que têm como efeito colateral a sedação, como antidepressivos com ação sedativa (mirtazapina, trazodonoa, doxepina, amitriptilina) e benzodiazepínicos não hipnóticos (clonazepan, alprazolam, bromazepam). Além dos antialérgicos, descongestionantes nasais e “antigripais”.

Saiba se você ultrapassou o limite ao usar remédios para dormir segundo alguns sintomas:

Quando acorda você ainda está sob o efeito da medicação?

Sente que a memória foi prejudicada?

Sentiu alguma redução nas funções cognitivas de percepção, linguagem, atenção?

Ao longo do tempo de uso, percebeu uma necessidade de aumento da dosagem do remédio?

Se a resposta for positiva para algumas dessas perguntas, está na hora de procurar ajuda.

Fonte: Gazeta do Povo

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