Foto: Divulgação/Shutterstock
Cerca de 18 mil pessoas já foram vacinadas no mundo até o momento e o objetivo é chegar até 50 mil voluntários
Exame
A vacina da universidade britânica Oxford em parceria com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca é vista como uma das vacinas mais avançadas em termos de testes clínicos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) contra a Covid-19.
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Porém, uma pausa nos testes, comum durante uma pesquisa científica, causou preocupação em relação a quão segura a proteção realmente é.
Recentemente, a companhia divulgou um relatório a fim de sanar qualquer dúvida sobre sua vacina.
O relatório
No relatório, a AstraZeneca afirma que a meta é produzir uma vacina 50% eficaz, mesmo número que o Food and Drug Administration (FDA) americano, análogo a Anvisa no Brasil, estipulou para que uma vacina seja aprovada e comece a ser distribuída.
O órgão aponta que pelo menos 150 pacientes sejam infectados com a Covid-19 em meio aos voluntários que receberam a vacina em si ou só a dose de placebo.
O documento aponta que um comitê analisará a eficácia da vacina quando apenas 75 casos forem confirmados.
Se, então, a vacina for 50% eficaz, os testes de fase 3 podem ser parados.
E a companhia pode, enfim, pedir uma autorização que permitirá a distribuição emergencial em massa da vacina.
A retomada dos testes
Os testes da vacina de Oxford e da AstraZeneca foram retomados no Reino Unido, no Brasil, na Índia e na África do Sul, após a confirmação de que eles eram seguros, mas seguem em pausa nos Estados Unidos.
Cerca de 18 mil pessoas já foram vacinadas no mundo até o momento e o objetivo é chegar até 50 mil voluntários.
Em nota enviada à Exame, a Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, afirmou na semana em que os testes foram pausados que, por aqui, “o estudo envolve cinco mil voluntários e avança como o esperado”.
“Muitos já receberam a segunda dose e até o momento não houve registro de intercorrências graves de saúde”, afirmou a universidade.
Vacina da AstraZeneca contra a Covid-19
Chamada de ChAdOx1 (AZD1222), a proteção de Oxford e da AstraZeneca é baseada no adenovírus (grupo de vírus que causam problemas respiratórios, como resfriados) enfraquecido de um chimpazé.
A vacina do Instituto de Biotecnologia de Pequim em parceria com a empresa chinesa CanSino também é feita com base no adenovírus, que não é um processo totalmente desconhecido pelos cientistas.
A opção também contém a sequência genética das espículas do SARS-CoV-2.
“Quando a vacina entra nas células dentro do corpo, ela usa o código genético para produzir as espículas de proteínas do vírus”, explica a universidade britânica.
Ainda de acordo com a universidade, isso induz a uma resposta imune; o que prepara o sistema imunológico para atacar a doença se ela infectar o corpo.
A vacina da AstraZeneca é uma das 38 candidatas em fase de testes clínicos.
De acordo com o último relatório da OMS, publicado nesta segunda-feira, e uma das nove na fase final de testes.
Outras 149 vacinas estão sendo desenvolvidas atualmente no mundo.
Quão eficaz uma vacina precisa ser?
De acordo com uma pesquisa publicada no jornal científico American Journal of Preventive Medicine uma vacina precisa ter 80% de eficácia para colocar um ponto final à pandemia.
Para evitar que outras aconteçam, a prevenção precisa ser 70% eficaz.
Uma vacina com uma taxa de eficácia menor, de 60% a 80% pode, inclusive, reduzir a necessidade por outras medidas para evitar a transmissão do vírus, como o distanciamento social. Mas não é tão simples assim.
Isso porque a eficácia de uma vacina é diretamente proporcional a quantidade de pessoas que a tomam.
Ou seja, se 75% da população for vacinada, a proteção precisa ser 70% capaz de prevenir uma infecção para evitar futuras pandemias e 80% eficaz para acabar com o surto de uma doença.
No entanto, as perspectivas mudam se apenas 60% das pessoas receberem a vacinação.
A eficácia precisa ser de 100% para conseguir acabar com uma pandemia que já estiver acontecendo — como a da Covid-19.
Isso indica que a vida pode não voltar ao “normal”.
Após ser aprovada e pode demorar até que 75% da população mundial esteja vacinada.
Os tipos de vacina disponíveis
Alguns tipos de vacinas têm sido testados para a luta contra o vírus.
Uma delas é a de vírus inativado, que consiste em uma fabricação menos forte em termos de resposta imunológica.
Por isso, vacinas do tipo tem um tempo de duração um pouco menor do que o restante.
Desse modo, uma pessoa que recebe essa proteção precisa de outras doses para se tornar realmente imune às doenças.
É o caso, por exemplo, da Vacina Tríplice (DPT), contra difteria, coqueluche e tétano.
A vacina da Sinovac, por exemplo, segue esse padrão.
Outro tipo de vacina é a de Oxford, feita com base em adenovírus de chimpanzés (grupo de vírus que causam problemas respiratórios); e contendo espículas do novo coronavírus.
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