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Em um movimento estratégico que mescla diplomacia comercial com ambições científicas, a AstraZeneca anunciou nesta segunda-feira (21) um plano de investimento massivo de US$ 50 bilhões — o equivalente a cerca de R$ 280 bilhões — nos Estados Unidos até 2030. O anúncio marca uma virada de chave na atuação da farmacêutica, que busca se adaptar ao novo cenário regulatório norte-americano, intensificado pelas políticas do presidente Donald Trump.

 

Fábricas e inovação em seis Estados

A empreitada inclui a construção de uma nova unidade fabril na Virgínia e a expansão de centros de pesquisa e produção em outros cinco estados estratégicos: Maryland, Massachusetts, Califórnia, Indiana e Texas. Segundo a empresa, os investimentos contemplam tecnologias avançadas em terapias celulares e modernização da cadeia de fornecimento para ensaios clínicos — áreas cruciais para acelerar o desenvolvimento de medicamentos inovadores.

Os Estados Unidos representam mais de 40% da receita global da AstraZeneca e, em 2024, foram o mercado número um da farmacêutica. Com o plano de investimento, a companhia britânica reforça sua aposta no território americano como pilar central de crescimento. A meta ambiciosa? Chegar a US$ 80 bilhões em faturamento anual até 2030, com metade vindo do mercado norte-americano.

 

Pressão política e resposta estratégica

O contexto da decisão passa diretamente pelas medidas tarifárias anunciadas pelo governo Trump, que ameaçam taxar medicamentos importados e pressionam grandes farmacêuticas a nacionalizar sua produção. Em nota oficial, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, defendeu o plano como uma resposta responsável às novas exigências regulatórias e aproveitou para cobrar colaboração internacional: “Os Estados Unidos não podem arcar com todo o custo de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do mundo.”

A declaração de Soriot ecoa críticas recorrentes à distribuição desigual dos investimentos em saúde global, especialmente em inovação científica.

O movimento da AstraZeneca pode servir como catalisador para outras multinacionais do setor farmacêutico revisarem suas estratégias de produção e pesquisa. Ao mesmo tempo, levanta debates sobre a soberania produtiva na indústria da saúde e os impactos das políticas comerciais na inovação científica.

Com a pressão regulatória aumentando e o mercado americano se tornando cada vez mais competitivo, os próximos anos prometem redefinir o mapa da indústria farmacêutica global.

 
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