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Reuters/DADO RUVIC

 

“É igualmente importante para o trabalho científico que é feito para desenvolver essas terapêuticas”, disse esta quarta-feira o responsável global de Arquitetura Empresarial na farmacêutica anglo-sueca, na conferência anual da SAS, que decorre nos Estados Unidos.

 

Por Mariana Bandeira - O Jornal Económico (Portugal) 

 

A farmacêutica Astrazeneca pretende lançar 20 medicamentos novos no mercado até 2030. A missão é ambiciosa e, como a farmacêutica anglo-sueca sabe disso, e tem se apoiado em parcerias em diferentes áreas, que envolvem tecnologia. Um dos contratos que tem é com a empresa de software SAS.

“Garantir que temos parceiros de confiança e consolidar parte desse ecossistema para torná-lo mais simples é igualmente importante para o trabalho científico que é feito para desenvolver essas terapêuticas desde a ciência inicial até à etapa final que é a entrega aos nossos pacientes”, referiu o responsável global de Arquitetura Empresarial na Astrazeneca, no evento SAS Innovate 2024.

Sobre a Inteligência Artificial (IA), o representante da Astrazeneca disse à audiência que não é adepto do termo “estratégia de IA”. “Vou ser honesto: não acho que exista uma estratégia de IA. Existe uma estratégia de negócios que é infundida com IA. Em última análise, quando se faz esse mapeamento para os resultados dos pacientes, a oportunidade de utilização torna-se extensível”, explicou o perito em tecnologia.

Para Wayne Filin-Matthews, o setor farmacêutico pode beneficiar desta tecnologia em dois tópicos específicos: otimização da cadeia de abastecimento e identificação de novos medicamentos e modalidades. “Estas são apenas algumas das oportunidades e casos de uso que estamos explorando e investigando”, ressalvou, durante a conferência que decorre no Aria Hotel, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Wayne Filin-Matthews admitiu ainda que “parece cliché” as declarações sobre colocar os clientes em centro da tomada de decisões – ou, no caso da Astrazeneca, os pacientes –, mas aos 38 anos de carreira percebeu que gostaria que lhe tivessem explicado melhor esse conceito quando tinha 20 e poucos anos e estava entrando no mercado de trabalho, no setor bancário. “Entendi realmente o que significa pôr os clientes e doentes em primeiro lugar”, confessou.

É neste contexto, de resposta às necessidades de multinacionais de várias indústrias, que a SAS está desenvolvendo os seus próprios modelos de linguagem, de forma a deixar de depender tanto de terceiros (os das Big Tech, por exemplo). O objetivo é “democratizar a IA”, uma vez que os modelos são “leves”. Os primeiros deverão ficar disponíveis ainda este ano, de acordo com a informação transmitida esta quarta-feira pelo vice-presidente de IA e Analítica.

“Os modelos são o complemento perfeito para soluções existentes que temos e ofertas da plataforma SAS Viya e respondem às diversas necessidades de negócios de vários públicos, garantindo que a inovação chegue a todos os cantos do nosso ecossistema”, disse Udo Sglavo, na mesma conferência.

Não foram só exemplos na saúde que subiram ao palco. Por exemplo, a indústria de papel norte-americana Georgia-Pacific (GP) utiliza o software na nuvem Viya para “quando surgem desafios com nossos equipamentos ou processos de produção”, aproveitar os dados de sensores e recomendações dos algoritmos e “resolver o problema”, de acordo o vice-presidente do Centro de Colaboração e Suporte da GP, Roshan Shah.

O mesmo acontece com a fabricante global de materiais de construção Wienerberger, que recorre ao software da SAS em Microsof Azure com o intuito de reduzir o consumo de energia, as emissões de gases de efeito estufa e “conectar todos os fluxos de dados e analisar o processo de produção” por inteiro, segundo contou o líder da equipe de ciência de dados da Wienerberger, Florian Zittmayr, neste encontro.

O SAS Innovate é o único evento anual da empresa nos EUA, e também o maior, mas uma versão mais pequena da conferência vai percorrer o globo ao longo dos próximos meses numa espécie de tour, à semelhança dos anos anteriores. Em 2024, o pontapé de saída desta viagem é em Singapura no próximo dia 9 de maio. Segue-se a Polónia, um dos setes destinos na Europa a par com Espanha (Madrid), Alemanha (Frankfurt), França (Paris), Itália (Milão), Países Baixos (Roterdão) e Reino Unido (Londres).

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