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Imagem de Marijana por Pixabay

 

 

Gel possibilitou preservar células da mama por 7 dias fora do corpo

 

A pesquisa no campo da oncologia mamária tem alcançado um marco significativo com a descoberta de uma técnica inovadora que permite a preservação do tecido mamário fora do corpo humano por até uma semana, utilizando um gel especial. Esta conquista abre portas para um avanço substancial na forma como o câncer de mama é estudado e tratado, prometendo uma era de tratamentos mais personalizados e eficazes.

A equipe de pesquisadores da Universidade de Manchester, liderada pela Dra. Hannah Harrison, utilizou o gel VitroGel para manter a viabilidade do tecido mamário, permitindo que ele mantenha suas características essenciais, como a estrutura, os tipos celulares e a capacidade de resposta a medicamentos. O estudo, publicado no renomado Journal of Mammary Gland Biology and Neoplasia, destaca a importância de uma abordagem personalizada no tratamento do câncer de mama, uma vez que nem todos os medicamentos são eficazes para todas as pacientes. Informou o Gizmodo.

A personalização do tratamento é um dos pilares da medicina moderna, e a capacidade de testar a eficácia de diferentes medicamentos em tecidos vivos é um passo revolucionário. Isso não apenas aumenta as chances de sucesso no combate à doença, mas também reduz a necessidade de testes em animais, alinhando-se com as práticas éticas contemporâneas na pesquisa científica.

A amostra de tecido utilizada pela equipe de Harrison veio de uma voluntária que se submeteu a uma cirurgia de redução de risco e concordou em doar o tecido para a pesquisa. A preservação prolongada do tecido mamário é crucial, pois permite um período extenso para a realização de testes e análises, o que é particularmente benéfico para entender como diferentes pacientes respondem a variados tratamentos.

“Nem todos os medicamentos funcionam para todas as mulheres. Essa nova abordagem significa que podemos começar a determinar quais medicamentos funcionarão para quais mulheres medindo seu impacto no tecido vivo”, explicou ao The Guardian a pesquisadora da Universidade de Manchester e autora do estudo, Hannah Harrison.

Os resultados foram publicados no Journal of Mammary Gland Biology and Neoplasia.

O hidrogel utilizado provou ser eficaz na manutenção da proliferação epitelial, expressão de receptores hormonais e presença de células imunológicas, como células T e macrófagos, por mais de sete dias. Essa descoberta é um testemunho da dedicação e inovação presentes na pesquisa do câncer de mama, e representa uma esperança renovada para milhões de mulheres em todo o mundo.

Com a continuação dessa pesquisa, espera-se que os cientistas possam desenvolver um entendimento mais profundo das interações entre os medicamentos e o tecido mamário, levando a tratamentos mais eficientes e menos invasivos. Este avanço na ciência médica não apenas melhora as perspectivas de tratamento para pacientes com câncer de mama, mas também serve como um exemplo inspirador do potencial da pesquisa biomédica.

A comunidade científica e médica aguarda com expectativa os próximos passos dessa pesquisa transformadora, ansiosa por aplicar esses conhecimentos na luta contra o câncer de mama e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa doença.

“Isso é realmente revolucionário para a pesquisa sobre o câncer de mama em muitos aspectos. Podemos testar melhor os medicamentos tanto para a prevenção quanto para o tratamento do câncer, e podemos examinar como fatores como a densidade mamária – que sabemos ser um fator de risco para o câncer de mama – reagem a hormônios ou produtos químicos específicos para ver se isso tem um impacto no desenvolvimento do câncer”, comentou Harrison.

De acordo com os pesquisadores, os modelos pré-clínicos disponíveis para testes não podiam recapitular completamente as complexidades do tecido humano. Ainda faltavam a matriz extracelular humana, estroma e células imunes, estruturas que influenciam a resposta aos tratamentos.

Dessa forma, a nova pesquisa abre caminho para que cientistas testem novos medicamentos com mais precisão. 

“O que deve significar menos falhas nos ensaios clínicos e, em última análise, melhores resultados para as mulheres afetadas por essa terrível doença”, explicou Harrison. Futuramente, essas pacientes poderão tomar o medicamento mais eficaz para sua composição genética particular.

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