As ações da farmacêutica americana disparam 15% com anúncio de eficácia de vacina contra a Covid-19 na segunda-feira, 9 de novembro. No mesmo dia, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, vendeu 132.508 de ações que detinha da empresa
Ralphe Manzoni Jr.
by Neofeed
O CEO da Pfizer, Albert Bourla, vendeu 62% de suas ações no mesmo dia em que a empresa farmacêutica americana anunciou que sua vacina experimental contra a Covid-19 em parceria com a alemão BioNTech foi bem-sucedida em testes clínicos. As ações da Pfizer dispararam quase 15% na segunda-feira, 9 de novembro, quando foi feito o anúncio.
Bourla vendeu 132.508 ações a um preço médio de US$ 41,94 por ação. Com isso, ele embolsou U$$ 5,6 milhões, de acordo com registros registrados na Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão regulador do mercado de capitais americano.
O CEO da Pfizer, Albert Bourla
O preço de venda das ações é muito próximo do maior valor dos papéis da Pfizer nas últimas 52 anos, que foi de US$ 41,99.
A vendas das ações foi realizada por meio da regra 10b5-1, um plano de negociação pré-determinado que permite aos funcionários da empresa vender suas ações de acordo com as leis de negociação com informações privilegiadas.
A venda de Bourla, segundo notícia publicada no site Business Insider, fazia parte de um plano pré-estabelecido adotado em 19 de agosto. Ele ainda mantem 81.812 ações da Pfizer.
Não é a primeira vez que executivos da indústria farmacêutica divulgam notícias positivas sobre o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 ao mesmo tempo que seus executivos vendem ações embalado pela alta dos papéis.
Em maio, a Moderna divulgou que havia obtido resultados iniciais promissores para uma vacina contra a Covid-19. Com o anúncio, suas ações subiram mais de 30%.
Mas enquanto os olhos de Wall Street e do mundo se voltavam para a empresa, impulsionando sua valorização, nos bastidores, alguns executivos da companhia, incluindo o CEO Stéphane Bancel, exerceram suas opções e venderam US$ 30 milhões em ações da empresa.
Segundo arquivos registrados na Securities and Exchange Commission (SEC), Lorence Kim, diretor financeiro da Moderna, exerceu o direito de compra de 241 mil ações da operação, por US$ 3 milhões, e revendeu os papéis, imediatamente, por US$ 19,8 milhões.
Tal Zaks, diretor médico da companhia, seguiu a mesma estratégia ao exercer sua opção de US$ 1,5 milhão e vender, na mesma hora, as ações por US$ 9,8 milhões. O CEO Bancel vendeu quase 17 mil ações, a US$ 70 cada. As transações renderam US$ 1,2 milhão ao executivo, o maior acionista individual da companhia.
Além dos executivos, a própria Moderna se desfez de parte de seus papéis e captou mais de US$ 1,3 bilhão em uma oferta administrada pelo banco Morgan Stanley.
De acordo com a Moderna, as vendas foram realizadas sob a regra 10b5-1, definida pela SEC, assim como as vendas do CEO da Pfizer. Ela permite que executivos de uma empresa de capital aberto possam estabelecer planos de negociações futuras de ações a preços definidos ou em datas pré-determinadas.
“Essas transações estão sendo executadas automaticamente de acordo com esses planos de negociação”, afirmou a empresa, em nota, na época.
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