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O imunizante foi testado em macacos com o vírus da gripe aviária, que preocupa autoridades do mundo todo, e pode virar realidade em cinco anos

 

O novo imunizante foi criado por pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon (OHSU, da sigla em inglês), nos Estados Unidos, e o estudo em que eles descrevem o potencial da dose foi publicado, no dia 19 de junho, na revista científica Nature Communications. O trabalho é inicial e avaliou a vacina entre um pequeno grupo de macacos. Porém, os cientistas celebram os resultados positivos como um passo para proteger a população de uma só vez contra múltiplas versões do Influenza, algumas com potencial pandêmico.

Nos testes, os cientistas expuseram 17 macacos, 11 deles vacinados, ao vírus da gripe aviária de alta patogenicidade H5N1. O patógeno costumava circular apenas em aves, mas tem se disseminado entre mamíferos, como furões, leões-marinhos e vacas, e acendido o alerta para a possibilidade de se adaptar a humanos.

Os resultados do estudo mostram que, após a exposição ao H5NI1, todos os seis animais que não foram imunizados morreram. Já entre os que receberam a vacina, seis deles (54,5%) sobreviveram. Segundo os pesquisadores, a sobrevivência foi relacionada ao nível da resposta imunológica à vacina. O mais interessante é que a vacina não foi desenvolvida para o H5N1. Na realidade, ela foi construída baseada na versão do vírus HIN1 de 1918, responsável pela gripe espanhola -uma das últimas pandemias causadas por Influenza e que deixou milhões de mortos no mundo.

O método inovador envolve a inserção de fragmentos do Influenza dentro de outro vírus, o citomegalovírus (CMV). Os cientistas explicam que o CMV infecta a maior parte das pessoas durante a vida e, geralmente, não produz sintomas ou causa queixas leves. Nessa estratégia, ele é usado como um vetor para levar os fragmentos do patógeno-alvo até o sistema imunológico.

A diferença, porém, é que esse vetor é projetado para induzir uma parte do sistema imunológico mais ampla, composta pelas células T. As doses comuns utilizadas hoje são criadas para induzir anticorpos específicos para a versão mais recente do vírus. “O problema com a gripe é que ela não é apenas um vírus. Assim como o vírus SARS-CoV-2, ele está sempre evoluindo para a próxima variante”, diz Sacha. A mesma plataforma vacinal já avançou para testes clínicos de uma proteção contra o HIV, conduzidos pelo laboratório Vir Biotechnology, que licenciou a tecnologia da OHSU para isso.

 

 

Fontes: CFF / O Globo 

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