Companhia investe em eficiência e em ferramentas digitais, mas não em capacidade produtiva
A dificuldade de fornecer produtos de alta tecnologia para o SUS (Sistema Único de Saúde) é um dos fatores que mais atrasam a inovação da indústria farmacêutica no Brasil, segundo Pius Hornstein, à frente da fabricante Sanofi no país.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">A empresa tem uma série de novos itens previstos para o mercado brasileiro —começa a vender neste mês um medicamento para diabetes tipo 2 e, em 2019, planeja lançar um imunoterápico para câncer de pele.
Ainda assim, não tem conseguido comercializar fármacos de alta complexidade para o governo. A exceção é um tratamento para esclerose múltipla.
“O país está bem atrasado em relação à OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] no que se refere a novos tratamentos”, diz Hornstein.
“Muitas empresas não querem lançar aqui porque demora seis ou sete anos para ser incluído na lista do SUS. A longo prazo, isso não é bom porque resulta em menos inovação. Os pacientes merecem o mesmo acesso que há no México ou na Turquia.”
A Sanofi conseguiu aprovação da Anvisa (agência reguladora) para lançar também um imunoterápico para dermatite atópica, mas aguarda há seis meses que uma câmara da entidade indique um preço.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">A empresa tem investido em eficiência e em ferramentas digitais, diz Hornstein. Aportes em capacidade produtiva, porém, não são cogitados.
“Não temos problema de ociosidade hoje, temos espaço suficiente para nos adaptarmos ao mercado pelos próximos cinco anos. Isso será feito com melhora de produtividade.”
€ 1,13 bilhão
(R$ 5,41 bi) foi o faturamento da Sanofi no Brasil em 2017
4.100
são os funcionários na operação brasileira
360 milhões
de unidades por ano é a capacidade produtiva
“Não vamos investir mais [em produção] no Brasil. Não há segurança agora. Depois, dependerá do que vai acontecer, mas aqui não é um lugar simples para se investir”
“Há uma grande dúvida sobre como as eleições vão influenciar [compras públicas e o programa de transferência de tecnologia]. Poderá haver mudanças”
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