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Enfermeira mostra frascos da vacina contra a dengue Dengvaxia, desenvolvida pela francesa Sanofi - Noel Celis/AFP

Por Jornal de Floripa

Uma análise dos dados da vacina da dengue da Sanofi, que foi aplicada em mais de 800 mil pessoas em idade escolar nas Filipinas, confirma a existência de um risco aumentado de dengue severa e de hospitalizações nas crianças que nunca haviam sido expostas à doença. 

As descobertas, publicadas na quarta-feira (14) na revista científica New England Journal of Medicine, oferecem um novo apoio à recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde). Desde abril, a instituição pede para que a vacina só seja utilizada em pessoas que tenham passados por exames que atestem que já tenham sido expostas à infecção anteriormente. Mas, atualmente, os testes rápidos da doença não estão amplamente disponíveis.

Em novembro, a Sanofi emitiu um alerta de que sua vacina poderia aumentar o risco de dengue grave com base em uma nova análise de amostras de sangue de milhares de crianças que a receberam. Um teste recém-desenvolvido permitiu que a empresa determinasse quais crianças haviam sido infectadas anteriormente.

Os autores do estudo calcularam que, se aplicada em 1 milhão de crianças com mais de 9 anos, a vacina poderia prevenir cerca de 11.000 hospitalizações e 2.500 casos de dengue grave. Mas também pode levar a 1.000 hospitalizações e 500 casos graves de dengue em crianças que não haviam sido infectadas anteriormente.

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"Com os novos dados, sabemos agora qual é a melhor maneira de utilizar a vacina contra a dengue", disse Su-Peing Ng, chefe médico global da unidade de vacinas da Sanofi.

Em uma infecção natural por dengue, a primeira exposição a uma das quatro cepas do vírus é tipicamente leve. Mas uma segunda exposição a um tipo de vírus diferente pode resultar no estágio mais grave da doença.

Especialistas já suspeitavam que, por ser parcialmente eficaz, a vacina contra a dengue também poderia aumentar o risco da doença grave que requer hospitalização diante da exposição a uma segunda cepa. E o estudo, que inclui dados sobre 2.384 crianças que foram vacinadas e 1.194 que não foram, confirma isso.

"Nossos resultados suportam a hipótese de que, na ausência de exposição prévia à dengue, a vacina (Sanofi) parcialmente imita a infecção primária e aumenta o risco de dengue grave", escreveram os autores do estudo.

Entre as crianças não infectadas previamente que receberam a vacina, houve um risco significativamente maior de hospitalização entre aqueles com idades entre 2 e 8 anos, e uma tendência de aumento da hospitalização em pessoas com idades entre 9 e 16 anos, como concluiu o estudo.

Para crianças expostas anteriormente com 9 anos ou mais, a vacina reduziu as taxas de doença grave e hospitalização em 80% em relação ao grupo controle.

Nos ensaios clínicos da Sanofi, crianças de 2 a 5 anos apresentaram um risco aumentado de hospitalização três anos após receberem a vacina. Mas não ficou claro se isso foi resultado de um sistema imunológico imaturo ou de um problema com a vacina.

Embora não existam bons testes para infecção prévia, os testes atuais podem detectar infecção aguda por dengue, informação que poderia ser útil na identificação de crianças que poderiam se beneficiar da vacina.

As descobertas provavelmente elevarão o nível de segurança que as novas vacinas contra a dengue terão que demonstrar, incluindo aquelas que estão sendo desenvolvidas pela Takeda Pharmaceuticals e pelo governo dos EUA, junto com o Instituto Butantan.

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