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Por Radio Jornal
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que oito milhões de pessoas morrem de câncer todos os anos no mundo. O câncer de pulmão é o maior responsável pelo número de mortes. Aqui no Brasil, 28 mil pessoas têm câncer de pulmão anualmente. O tumor é a principal causa de morte entre homens e a segunda entre as mulheres.
O tabagismo segue sendo o causador número um do câncer de pulmão. Médicos apontam que 90% dos casos surgem por conta do uso do cigarro. Para se ter ideia, o cigarro conta com milhares de compostos químicos que são cancerígenos e influenciam na mutação das células pulmonares. Mas o que tem preocupado mesmo os pneumologistas e oncologistas é a incidência de câncer de pulmão em pessoas não fumantes. Poluição urbana, queimadas, inalação de poeira e exposição a agentes químicos também são grandes fatores de risco.
O médico oncologista clínico, Marcelo Cruz, da Northwestern University, nos Estados Unidos, alerta que o número de não fumantes com câncer de pulmão já ultrapassou a marca dos 20%. “O que está acontecendo de diferente é que, de cada vez pessoas com câncer de pulmão, dois não fumam. As principais causas do câncer de pulmão do não tabagista são o fumante passivo, a poluição ambiental e a exposição a gases tóxicos. Os consultórios médicos estão recebendo cada vez mais pacientes com 40 e 45 anos. Isso não era normal há 10 anos, quando os médicos recebiam com com frequência pessoas com mais de 70 anos”, destaca Marcelo.
Outra preocupação dos médicos é a detecção do câncer de pulmão, já que boa parte das vítimas demora a procurar atendimento especializado. Em geral, as pessoas só procuram depois que surgem sintomas como sangramentos ou pneumonias. Nestes casos, a doença já se encontra em estágio bastante avançado.
DIAGNÓSTICO
Hoje, o diagnóstico preciso sai em torno de dois meses. É pensando nisso que três empresas farmacêuticas (Astrazeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer) se uniram para criar um mecanismo que identifique o subtipo do tumor para facilitar o tratamento correto dos pacientes. As empresas desenvolveram um sistema para identificar os três subtipos da doença: a mutação EGFR, a translocação ALK e a expressão da PD-L1.
Com apenas uma amostra do tumor, vai ser possível reduzir em mais de 70% o tempo de espera do disgnóstico correto da doença. Os testes já estão valendo e são gratuitos. É necessário apenas que o médico acesse a plataforma na internet, que foi criada pelos laboratórios, e solicite os exames dos pacientes.
“Os testes estão disponíveis de graça para todos os pacientes, tanto na rede público, tanto na rede privada. Os três testes agora podem ser feitos com apenas uma amostra. Isso tudo com apenas uma biópsia”, explica o diretor executivo médico da Astrazeneca, Márcio Horácio.
A Astrazeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer afirmam que a plataforma foi criada em virtude da alta incidência de mortes por câncer de pulmão, mas não descartam a criação de outros sistemas para diagnosticar subtipos de outras variedades de câncer. “O câncer de pulmão é o que mais mata. Isso é um aspecto que leva os pesquisadores do mundo todo a buscar um projeto de desenvolvimento pra fazer o diagnóstico preciso da doença”, frisa o diretor médico da Pfizer Brasil, Eurico Correia.
A parceria entre as empresas AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer ganhou o nome de projeto Inspire. A apresentação oficial do trabalho foi feita no dia 23 de outubro, na cidade de São Paulo.
*A reportagem da Rádio Jornal foi à São Paulo a convite da Pfizer, AstraZeneca e Bristol-Myers
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