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Gabriela Albach l A TARDE SP

Atualmente, o Brasil ocupa o posto de 4º maior país em número de pessoas com diabetes no mundo. Este ano, pela primeira vez, uma fábrica brasileira produziu um lote de insulina análoga de ação ultra-rápida para o Ministério da Saúde – um marco para os mais de 14 milhões de brasileiros que tem a doença.

É também a primeira vez que o Sistema Único de Saúde disponibilizará insulinas modernas produzidas no Brasil. Em janeiro de 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu à fábrica de insulinas da Novo Nordisk, maior produtora de insulinas do mundo, a autorização para fornecimento do material ao mercado brasileiro. Ao vencer o processo licitatório do Ministério da Saúde para a aquisição das insulinas análogas de ação ultra-rápida, a Novo Nordisk gerou uma economia da ordem de R$ 50 milhões aos cofres públicos.

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A fábrica fica em Montes Claros, Minas Gerais. Hoje ela é a maior unidade de produção de insulinas da América Latina e produz 15% de toda insulina consumida no mundo. A fábrica, que contou com US$ 280 milhões em investimentos para construção e ampliação, tem uma área equivalente a sete campos de futebol.

“Mais de 50 países recebem as insulinas produzidas aqui e ter o Brasil dentro desse elo é uma conquista única. Isso nos dá cada vez mais orgulho e certeza de estarmos no caminho certo para ajudar o país e a população a combater o diabetes”, comenta Simone Tcherniakovsky, diretora de acesso a Mercado, relações institucionais e comunicação da Novo Nordisk.

Até então, os pacientes da rede pública tinham acesso insulinas humanas em frascos para a aplicação com a seringa – onde o próprio paciente era responsável por retirar a dose correta. Agora, os pacientes poderão experimentar um sistema de aplicação moderno, que já existe há mais de uma década na rede privada: as canetas pré-preenchidas. Na rede privada, cada um delas custa, em média, R$ 35.

O objeto traz maior facilidade e conveniência no tratamento, além de permitir ao paciente maior controle sobre a dose aplicada. Mais discreta, a caneta pode ser levada na bolsa, já que é pequena e aguenta temperaturas de até 30ºC sem prejudicar o fármaco, e ainda demanda menor esforço do paciente, uma vez que é necessário apenas apertar um botão.

“A caneta proporciona menos dor, se comparada à agulha tradicional. Além disso, o tipo de agulha utilizada reduz o risco de ferimentos e diminui o desconforto da aplicação, o que impacta na adesão do tratamento. Se o paciente é mais assíduo no tratamento, temos melhores resultados do controle de glicose no sangue e consequentemente melhora da saúde” explica o Dr. Rodrigo Mendes, gerente de grupo médico da Novo Nordisk.

As canetas serão destinadas à pacientes com diabetes tipo 1. Nessa condição, o corpo produz anticorpos contra as células beta pancreáticas, que são produtoras de insulina, e essas células são destruídas de forma mais rápida. Quando a destruição é maior que 90%, a produção de insulina não é mais capaz de manter o equilíbrio da glicose.

“A insulinoterapia é mandatória no diabetes tipo 1, isto é, uma vez diagnosticado, o paciente precisa desse tratamento. Isso não significa que o paciente com diabetes tipo 2 não precise de insulina em algum momento, dependendo do tempo do diabetes e de outras doenças associadas”, complementa Dr. Rodrigo.

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Além de ter diabetes tipo 1, outros critérios de inclusão para o tratamento são: o uso prévio de insulina rápida por pelo menos três meses e apresentação ou de um caso de hipoglicemia grave, ou hipoglicemias não graves repetidas, ou hipoglicemia noturna. O paciente também deve fazer acompanhamento com endocrinologista ou clínico geral no mínimo duas vezes por ano e realizar o controle da ponta de dedo no mínimo três vezes por dia.

O edital de licitação definiu o quantitativo de aproximadamente 8 milhões de canetas e a entrega foi realizada de acordo com a demanda e contrato do governo. A estimativa do Ministério da Saúde é que as canetas atinjam cerca de 400 mil pessoas, sendo que 2160 delas serão destinadas à Bahia. “É importante ressaltar que este número não corresponde necessariamente à quantidade de pessoas atingidas no estado, uma vez que um único paciente pode precisar de mais de uma caneta por mês, por exemplo. Isso é variável”, lembra Simone.

Procurado, o Ministério da Saúde não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.

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